Política Titulo São Bernardo
Revoltados, manifestantes fecham Anchieta

Insatisfeitos com resultado da reunião com a secretária de Habitação, grupo travou parte da pista

Por Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
25/09/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Frustrados com o resultado da reunião com a secretária de Habitação de São Bernardo, Tássia Regino, no plenário da Câmara, cerca de 300 manifestantes pararam ontem a Via Anchieta na altura do quilômetro 25, no sentido Santos. A revolta foi motivada porque Tássia reiterou ao grupo que a norma que autoriza a Prefeitura a retomar imóveis comercializados ilegalmente será mantida.

Quando a reunião terminou, por volta de 16h, as 30 pessoas que participaram da plenária seguiram em protesto pela Avenida Faria Lima, seguindo pela Rua Doutor José Fornari, até chegar à Anchieta. No trajeto, outros moradores foram aderindo ao protesto, que paralisou a rodovia com objetos queimados no meio da pista. “Estamos aqui porque a Prefeitura não vai resolver o nosso problema”, disse Elaine da Silva, durante o ato.

Pelo menos dez policiais militares acompanharam a manifestação e uma viatura do Corpo de Bombeiros foi ao local para atuar em caso de o fogo sair do controle. Não houve registro de confronto entre os manifestantes e os policiais. Até o fechamento desta edição, o grupo havia liberado uma parte da pista, mas ainda permanecia protestando no local.

BATE-BOCA

A reunião entre Tássia e os moradores foi marcada na semana passada, após o grupo protestar contra a ordem de despejo que receberam da Justiça, a pedido da Prefeitura, sobre as moradias entregues por meio de programas habitacionais, mas compradas por eles ilegalmente.

Tássia afirmou que a norma não será revogada. “Não há nenhuma novidade desde o nosso último encontro. A Prefeitura trabalha com uma regra que também é nacional”, disse. Segundo ela, as moradias entregues às famílias cadastradas só podem ser transferidas para os munícipes cadastrados. “Qualquer transferência feita privadamente para outro será anulada e a unidade retomada.”

Em junho, Tássia esteve no Legislativo a pedido dos moradores, que apresentaram a mesma reivindicação.

A reunião de ontem foi tensa. Por algumas vezes o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), teve de intervir para conter os manifestantes, que gritavam palavras de repúdio a Tássia e ao governo do prefeito Luiz Marinho (PT). “Vim aqui para conversar, não bater boca”, esbravejou a secretária.

A polêmica se instaurou em março, quando o Legislativo aprovou o projeto de lei que autoriza a administração municipal para coibir a venda de unidades habitacionais entregues pelo Paço.

Segundo Tássia, desde que a lei entrou em vigor, 66 famílias foram notificadas, sendo que 12 comprovaram não ter adquirido o imóvel de maneira irregular.

A titular da Pasta afirmou que os procedimentos de reintegração de posse estão sendo feitos com respaldo da lei, sem ações truculentas.

(Colaboraram Denis Maciel e Orlando Filho)




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