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Festa do Oscar ocorre neste domingo nos EUA
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
24/02/2007 | 17:37
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Se existe um domingo no ano que a indústria do cinema guarda igual dia santo, este domingo é amanhã. Dia de expectativa, noite de gala. Momento de ouvir, pelo 79º ano consecutivo e dezenas de vezes, o mantra And the Oscar goes to... (e o Oscar vai para...). Dia em que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood premia filmes, atores e técnicos que ela considera os melhores entre os melhores. E de saber se o Oscar 2007 entra para a história da premiação como uma recompensa ao mérito ou ao ilusionismo.

Como acompanhar de fio a pavio o Oscar este ano, novamente hospedado no Kodak Theatre de Los Angeles e pela primeira vez apresentado pela comediante Ellen DeGeneres? Não pela TV Globo, que embora tenha adquirido os direitos de transmissão no Brasil pela TV aberta não o exibirá na íntegra, para não avariar sua preciosa grade de programação, com os Fantástico e Big Brother de sempre. Se nos Estados Unidos a festa começa às 22h30 (horário de Brasília), para a emissora carioca ela só tem início às 23h15. Aí sim, passa a ser exibida sem interferências (salvo intervalos comerciais) até as 2h.

Na íntegra mesmo só no canal pago TNT (Sky + Directv e Vivax), que transmite a festa antes mesmo do início oficial da cerimônia. A programação voltada ao Oscar entra em cena às 21h, com a cobertura da chegada dos convidados ao tapete vermelho. Oportunidade para vestir a carapuça de crítico de moda e distribuir alfinetadas (para quem se inspirou no bolo da sobrinha debutante ao encomendar o vestido) ou agulhas de ouro (àquelas que sabem que melancia é fruta e não adereço de figurino). O E! Entertainment (Sky + Directv e Vivax) não mostra a premiação em si, mas às 20h passa a acompanhar o desfile sobre o tapete vermelho, com as câmeras apontadas para as celebridades. E explora a festa pós-Oscar, a partir das 2h.

LÓGICA PRÓPRIA  - Cinematograficamente falando, o que interessa mesmo são os prêmios – ou não, conforme sugerem as fartas injustiças ao longo dos anos. São concedidos por um colegiado de 6,5 mil profissionais da Academia e a lógica à qual obedecem é peculiar, muitas vezes independente da razão e do mérito.

Dreamgirls – Em Busca de um Sonho é o filme campeão de indicações do ano, com oito delas. Entra para a história numa modalidade pouco louvável: é o longa que mais indicações acumulou na história sem ser finalista entre os melhores filmes. Será eclipsado, sem dúvida.

Na categoria dedicada aos melhores filmes, o clímax da noite, são cinco os concorrentes. Por mérito, Os Infiltrados, de Martin Scorsese, estaria com a mão na taça fácil, fácil. O único concorrente capaz de lhe trazer insônia nos minutos precedentes ao anúncio seria Cartas de Iwo Jima, filme de Clint Eastwood que é um baita de um complemento a A Conquista da Honra. A propósito, justiça fosse feita na terra prometida do cinema, ambas as obras de Eastwood, análises simbióticas sobre a Segunda Guerra, deveriam estar listadas entre os finalistas.

Mesmo A Rainha, de Stephen Frears, poderia aparecer como candidato a peitar os trabalhos de Scorsese e Eastwood. Entretanto, os filmes que mais risco trazem ao bom senso são os que menos méritos têm. Produtos do ilusionismo cinematográfico, e que na melhor das hipóteses ruminam modismos narrativos, Babel, de Alejandro González Iñarritu, e Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Farris, são favorecidos pela lógica do Oscar, quase uma ciência oculta de tão singular e inexplicável.



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