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Economia da região cresce 12% no primeiro trimestre
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
12/06/2010 | 07:02
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A economia do Grande ABC cresceu 12% no primeiro trimestre frente a igual período do ano passado. É o que aponta estudo elaborado pelo departamento de indicadores sociais e econômicos da Prefeitura de Santo André, com base no consumo de energia elétrica na região fornecidos pela AES Eletropaulo.

O Grande ABC tem, dessa forma, ritmo superior à expansão do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, que subiu 9% na mesma base de comparação, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O setor industrial dos sete municípios - que têm como principal atividade a cadeia automotiva - impulsionou a economia da região, ao registrar incremento de 18,6% no primeiro trimestre. O ritmo é semelhante ao observado pela indústria automobilística brasileira: a produção de veículos cresceu 20% de janeiro a maio, frente a igual período de 2009, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Por sua vez, a área comercial também mostra expansão, embora mais discreta (alta de 6,4%), assim como o consumo de energia nas residências (4,2% maior).

O diretor do departamento de indicadores, Dalmir Ribeiro, cita que, mesmo em relação aos três primeiros meses de 2008, quando o quadro econômico do País era de aceleração, a região já registra crescimento (de 1,2%). "Conseguimos voltar ao período pré-crise", afirma.

Os dados poderiam ser ainda melhores, na avaliação do diretor titular do escritório regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato. "Nos primeiros três meses de 2009, estávamos no meio da crise. Mas é razoável", afirma. Ele avalia que, quando for computado no estudo o segundo trimestre, o setor industrial deve mostrar desempenho ainda melhor.

Na área comercial, por sua vez, as expectativas também são favoráveis. O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Sidnei Muneratti, afirma que há estabilidade do emprego industrial e melhora da renda e acrescenta que a injeção de recursos das PLRs (Participações nos Lucros e Resultados) oferecidas por montadoras e indústrias de autopeças, somada a eventos como a Copa do Mundo, vão ajudar a impulsionar ainda mais a economia da região.

 

Impostos elevam custo da energia

O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquim, admitiu que a carga tributária eleva o custo de energia para as empresas brasileiras.

Uma reforma tributária, defendeu, poderia reduzir este custo para o setor industrial. Ele fez a observação ao comentar reportagem publicada nesta semana no jornal O Estado de S. Paulo apontando elevação de 150% na tarifa de energia paga pelas companhias no País entre 2002 e 2009.

O estudo da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com dados da AIE (Agência Internacional de Energia), compara este custo com a inflação que, no mesmo período, foi de 83%.

Embora tenha ressaltado não ter lido o estudo, Tolmasquim concluiu que os encargos tributários sobre a tarifa de energia acabam refletindo em perda de competitividade para as empresas. Mas, ressaltou que cada encargo tributário tem uma razão específica, citando o exemplo do projeto Luz para Todos, que pretende levar energia elétrica a populações carentes no País.

"Esta é uma questão difícil. Todo encargo tributário tem uma função. Se for retirado o recurso a que ele é destinado, será necessária outra fonte", comentou.

Além disso, disse que tributos como o ICMS refletem o pacto federativo e o poder dos Estados em gerir sua arrecadação.

O presidente da EPE observou ainda que a solução para diminuir o ônus tributário das empresas do setor não poderia passar por perto de qualquer tentativa de subsidiar energia para as indústrias, e lembrou que as novas regras do setor elétrico não estimulam este tipo de estratégia. (Da AE)

 




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