Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Diarinho
>
Tira-dúvidas
Todas as cobras que existem são consideradas venenosas?
Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
18/07/2020 | 23:59
Compartilhar notícia


Nem todas as serpentes são venenosas. Parte delas utiliza a substância para se proteger ou caçar na natureza, mas outras contam com técnicas diferentes para ‘interagir’ com outros seres na vida selvagem, apostando em sua força, velocidade e na técnica de constrição, que consiste em se enrolar no alvo e o apertar ao máximo com o passar do tempo.

É preciso explicar que existem distinções entre alguns termos. Os bichos peçonhentos (o termo vem de peçonha, como é denominada uma substância tóxica produzida por um animal) possuem a capacidade de inocular esse elemento tóxico, ou seja, usam partes de seu corpo para introduzi-lo em outros seres. No caso das cobras, há os dentes e as presas. Já os bichos venenosos não contam com um órgão capaz de inserir o perigoso líquido em um corpo externo, mas possuem a substância em si e que pode ser passada para outros animais – incluindo o homem – por contato direto. Algumas cobras contam com veneno que não tem ação em tecidos humanos, casos das falsas-corais, e outras sequer produzem esse tipo de elemento, a exemplo da jiboia e das pítons africanas e asiática.

Pessoas acostumadas a lidar com serpentes conseguem identificar detalhes físicos de exemplares peçonhentos. Trata-se da presença da chamada fosseta loreal, um órgão termorreceptor localizado entre a narina e o olho do animal e que é capaz de detectar oscilações de temperatura, sendo essencial para a localização de presas. Detalhe que ela acaba por dar à cabeça do animal um pequeno formato de seta (triangular). A única exceção fica por conta das cobras-corais, sendo necessária análise, por especialistas, de cores características e padrão de dentição.

A recomendação para o público comum, na dúvida, é a de que toda serpente seja considerada peçonhenta. Todo bicho dessa espécie deve ser deixado em seu habitat natural e, se oferecer algum risco à comunidade, é necessário acionar algum grupo local competente, como Guarda Civil Municipal Ambiental e Corpo de Bombeiros. Pessoas não treinadas nunca devem capturar ou transportar esse tipo de animal.

Caso haja a picada de uma cobra, deve-se manter o máximo de calma possível, lavar o ferimento com água e sabão e manter a parte atacada de maneira elevada. O atendimento hospitalar deve ser imediato. Há relatos de ataques secos, quando não existiu transmissão de toxinas para o organismo da vítima, mas o apoio médico é imprescindível. Como nunca se sabe a quantidade de veneno que pode ter sido resultante do bote, estima-se que uma pessoa tem normalmente três horas após o acidente para ser socorrida a fim de evitar sequelas graves. O tempo também leva em conta a logística para se chegar em um hospital que tenha tratamento adequado.

Consultoria de Jeniffer Novaes, bióloga da equipe do Zoológico Municipal de São Bernardo. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.