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Policial envolvido em morte de dupla em Diadema é indiciado
Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
22/01/2013 | 07:00
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A Corregedoria da Polícia Civil anunciou ontem que Otavio Bruno Iokota Fabricator, 31 anos, foi indiciado pela morte de um homem que seria inocente durante assalto a lotérica na Avenida Brasília, no Jardim Campanário, em Diadema, por volta das 13h de sábado.

Policial do setor de informática do Dipol (Departamento de Inteligência), no Centro da Capital, Fabricator alegou que estava junto de um técnico em uma sala exclusiva dos funcionários fazendo a manutenção no sistema de alarme do estabelecimento quando Renato Antônio Pires, 22, invadiu o local, lhe aplicou uma gravata e anunciou o assalto.

Fabricator sacou pistola 9 milímetros que portava e atirou em Pires. Ambos entraram em luta corporal. O policial chegou a alvejar a própria mão durante o confronto. Após balear o acusado, viu outro homem no espaço restrito a funcionários e disparou.

Era Ulisses Lucas de Araújo, 34. Baleado na região do ombro, próximo do pescoço, o trabalhador do almoxarifado de uma empresa de transportes foi levado ao Hospital Municipal de Diadema, mas não resistiu aos ferimentos. Morava a poucos metros do ocorrido, tinha ido pagar contas no banco e fazer uma aposta antes de entrar no seu turno, à noite.

A equipe do Diário tentou conversar com familiares de Araújo, mas vizinhos disseram que eles estão fora da cidade, com medo de represálias. Ele mora no Jardim Campanário há pelo menos dois anos. Antes, vivia na Zona Sul da Capital. Tentava se restabelecer com a família após sofrer golpe de estelionatários, que roubaram cerca de R$ 5.000 de sua conta.

Fabricator alegou que pensou se tratar de outro assaltante. Além do crachá da firma que Araújo carregava, testemunhas e outros clientes da lotérica contaram que viram Pires entrar sozinho no local. Ele portava revólver calibre 38 com numeração raspada. Não há sinais da participação de outros comparsas na ação pelo fato das câmeras de vigilância da lotérica apenas monitorarem o movimento e não gravarem imagens.

O policial foi socorrido no Hospital Albert Einstein, na Zona Oeste da Capital, de onde saiu preso em flagrante pela corregedoria por homicídio simples. O DHPP (Departamento de Homicídio) concluiu a investigação sobre o tiroteio entre Fabricator e Pires e afirmou que o policial agiu em legítima defesa.

Foi o segundo caso de resistência seguida de morte em Diadema no ano. No dia 11, um policial militar de 39 anos que trabalha em São Caetano e estava de folga baleou homem de 20 no Jardim Canhema, após troca de tiros em tentativa de roubo de um Ford Ka prata durante festa.




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