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Supermercado da família de Morando é alvo de ameaça

Mulher alertou gerente para depredação do espaço caso o estabelecimento esteja aberto hoje, durante protesto do MTST

Por Da Redação
21/12/2017 | 07:00
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 O gerente do supermercado MD, localizado na Estrada Galvão Bueno, no bairro Batistini, em São Bernardo,de propriedade da família do prefeito Orlando Morando (PSDB), registrou, na noite de ontem, boletim de ocorrência para denunciar ameaça de invasão do local. Conforme o documento, uma mulher desconhecida teria afirmado que, caso o estabelecimento esteja aberto hoje, data em que está agendado protesto do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) no local, haverá depredação do espaço.

Johnny de Souza Leite, 26 anos, relatou à Polícia Civil que uma mulher de cabelos loiros, aparentando ter 40 anos e usando óculos escuros foi a responsável pela ameaça. Nas palavras da autora da intimidação, “pessoas vão entrar no mercado para quebrar tudo”. Questionada sobre os motivos da invasão, ela respondeu que “todos são da mesma ‘laia’”, detalhou o gerente. Após o diálogo rápido, a mulher deixou o local para rumo desconhecido.

A Polícia Militar confirmou a manifestação do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) hoje, na Estrada Galvão Bueno, a partir das 15h. Conforme a corporação, será reforçado o policiamento no local onde haverá a concentração dos manifestantes “com o objetivo da preservação da ordem pública e para a segurança dos manifestantes”.

O ato, agendado pelos integrantes do movimento social durante assembleia, na tarde de segunda-feira, tem o propósito de pressionar a Prefeitura de São Bernardo a abrir diálogo sobre moradias para os cerca de 8.000 acampados em terreno privado, no bairro Alvarenga, desde o dia 2 de setembro.

O protesto foi denunciado por integrantes do MCI (Movimento Contra a Invasão), conforme informou o Diário em reportagem publicada ontem.

O MTST tem autorização da Justiça para permanecer no terreno de propriedade da MZM Incorporadora até 10 de abril de 2018, período em que estará suspensa ordem de reintegração de posse da área. O prazo foi acordado no dia 11, após reunião entre integrantes do movimento social e o Gaorp (Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse). A expectativa é a de que o período seja suficiente para que sejam concluídas negociações entre MTST e governo do Estado para cessão de terreno para que sejam erguidas moradias.

Os acampados têm o dever de desocupar o terreno do bairro Assunção até o limite dos 120 dias autorizados pela Justiça. Caso contrário, a Polícia Militar realizará, até 10 de maio, reintegração de posse.

Além de se comprometerem a diminuir o ritmo das manifestações, os líderes do movimento social acordaram a necessidade de avisar com antecedência a polícia sobre protestos agendados.

Desde o princípio, a Prefeitura de São Bernardo adotou postura de não dialogar com o MTST, já que “não concorda com a invasão por moradia”. A administração alega que a cidade dispõe de programa habitacional e, por isso, os ocupantes podem se cadastrar para obter residência.




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