As vendas do setor automobilístico se mostram aquecidas em setembro, mesmo com elevações nas taxas de juros dos financiamentos observadas neste ano.
Na primeira quinzena de setembro a comercialização de veículos zero km (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) cresceu 6,7% na comparação com os primeiros quinze dias de agosto, de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
A sinalização de alta nas vendas neste mês ocorre depois de uma retração em agosto frente a julho, que foi atribuída por representantes do segmento, entre outros fatores, a dias úteis a menos, à espera pela chegada de novos modelos das fabricantes e também a possíveis impactos dos juros mais elevados.
Dados da Anef (Associação Nacional das Financeiras de Montadoras) mostram que as taxas dos financiamentos subiram da média de 28,66% ao ano em julho de 2007 para 33,46% anuais neste ano.
No entanto, os prazos se mantiveram extensos - de até 72 meses -, o que é considerado um importante fator de atratividade. "A alta de juros ainda não impactou. Enquanto houver esses prazos longos de financiamento, as vendas devem se manter aquecidas", avalia o presidente do Sincodives (Sindicato das Concessionárias de Veículos do Estado de São Paulo), Octávio Vallejo.
Para o dirigente dois fatores também ajudam a explicar os resultados melhores neste mês: promoções realizadas pelas montadoras (como o feirão de fábrica da General Motors, em São Caetano, neste e no último fim de semana) e a chegada de novos modelos.
Algumas revendas da região assinalam o impulso nas vendas. É o caso da concessionária GM Vigorito, de Santo André. "Tivemos uma melhora de uns 10%. Começamos a fazer promoções e os estoques estão altos. Antes o cliente ficava 40 dias em fila de espera, agora temos para pronta-entrega", afirmou o diretor Hermes Schincariol Júnior. Ele afirma ainda que houve pequena alta nos juros recentemente, mas nada que assuste o consumidor. "Subiu, por exemplo, de 1,4% para 1,43%", disse.
Na Ford Sandrecar, as vendas já vinham fortes em agosto e se mantiveram altas. Um dos vendedores, que preferiu não se identificar, afirmou que uma leve variação nas taxas não muda muito a procura, já que nas parcelas isso significa apenas alguns reais a mais.
Por sua vez, na VW Avel, de São Bernardo, o desempenho neste mês por enquanto é semelhante ao de agosto. No entanto, a gerente de vendas Ednéia Vedovato, cita que há a expectativa de aumento no volume comercializado.
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