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As maiores abandonadas do futebol
Por Marcelo Monegato
Do Diário OnLine
10/09/2007 | 07:15
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As conquistas de medalhas em Jogos Pan-Americanos e Olimpíadas não foram suficientes para que governo federal, federações estaduais e CBF (Confederação Brasileira de Futebol) se levantassem de seus tronos e cumprissem as promessas de ajudar os clubes que investem na modalidade, organizassem campeonatos de qualidade e, por fim, elaborassem o primeiro Brasileirão de futebol feminino.

No Grande ABC, atualmente existem duas equipes que se destacam em São Paulo: São Bernardo e São Caetano/Mackenzie. Ambas possuem muito mais coisas em comum do que as dificuldades naturais, o preconceito, o apoio financeiro das Prefeituras e as parcerias firmadas com colégios e faculdades particulares. Entre elas também há a descrença com os responsáveis pelo futebol feminino no País.

Para o técnico e responsável pela equipe são-bernardense, Luis Carlos Campioto, nenhuma das conquistas até agora foi suficiente para alavancar a modalidade no chamado País do futebol. “Falaram que iria mudar com a prata na Olimpíada de Atenas (2004) e ficou do mesmo jeito. Agora dizem que vai mudar com o ouro do Pan (Rio de Janeiro/2007)”, comenta Campioto, para logo em seguida desafiar: “Não sei se eles vão ter coragem de não mudar.”

Conversa mole - Quem também não acredita mais nas promessas é o coordenador do Futebol Feminino em São Caetano, Artur Sanches Tacioli. “São as medalhas mais baratas que o Brasil tem”, declarou Artur, que divide com Campioto a opinião de que nada deve mudar com os feitos das mulheres de chuteiras.

"A situação do futebol feminino é meio complicada. Se não fosse algumas prefeituras investirem...”, diz.

De acordo com ambos, a culpada de tudo isso atende pelo nome de CBF. “Acho que tinha que partir da CBF a organização de um campeonato. Incentivar as meninas, dar apoio aos clubes”, disse Campioto.

Filiação – "Ela (CBF) alega que não faz um campeonato, pois a maioria dos clubes não é filiada a ela”, revelou Tacioli. “Mas não é bem assim que deveria acontecer, já que há um repasse da Fifa (Federação Internacional de Futebol) em torno de US$ 1 milhão para mais”, completa, deixando claro que o dinheiro fica nas mãos de quem não é realmente o dono dele.

Europa - Como exemplo de funcionalidade, profissionalismo e organização, tanto Campioto como Tacioli citam o futebol europeu.

Segundo eles, os clubes da primeira, segunda e terceira divisões da maioria dos países do Velho Mundo são obrigados a ter equipe de futebol feminino. “Na Europa, todas as equipes profissionais são obrigadas a ter um time de mulheres. Na Itália tem um campeonato super organizado e com meninas fracas, mas há o apoio das federações, dos clubes e também da mídia”, revela o técnico de São Bernardo.



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