Livros de poesia e contos para crianças estão juntos nas estantes e nas vitrines com volumes de ensaios políticos sobre as raízes do terrorismo e com testemunhos da tragédia.

Há também reflexões polêmicas sobre o estado do mundo depois do 11 de setembro e resenhas cronólogicas e históricas dos ataques, entre os quais se destaca 'Out of the Blue: The Story of September 11, 2001, From Jihad to Ground Zero', do jornalista Richard Bernstein e da equipe do New York Times.

Na torrente de livros que inundou as livrarias figuram também vívidos depoimentos orais dos sobreviventes dos ataques, como os recolhidos pelo jornalista Dean E. Murphy, em 'September 11: An Oral History - Real Stories From Ordinary People'.

Outros narram o heroísmo dos bombeiros nova-iorquinos, entre eles "Firehouse," de David Halberstam, que se centra numa corporação de bombeiros, que perdeu 12 de seus 13 homens nos ataques, e que figura já na lista dos livros mais vendidos.

Vinte livros publicados na véspera do aniversário são reportagens fotográficas, que conseguem transmitir, mais do que qualquer texto, o horror desse dia.

Entre estes se descata 'Above Hallowed Ground: A Photographic Record of September 11, 2001', com imagens tiradas pelos fotógrafos da polícia de Nova York na Zona Zero, onde se erguiam as imponentes torres gêmeas e que foi convertida em um cemitério.

Também o livro 'New York September 11', dos fotógrafos da agência Magnum, publicado em novembro passado com uma tiragem de 100 mil exemplares e que se esgotou rapidamente, foi recentemente reeditado, para coincidir com o primeiro aniversário.

Entre os livros que criaram mais expectativas figura 'American Ground: Unbuilding the World Trade Center', de William Langewiesche, que narra a comunidade criada pelos socorristas que trabalharam durante meses, dia e noite, na Zona Zero. Esta dramática narração foi publicada já em três partes na revista Atlantic Monthly.

Alguns dos livros abordam o tema de como reconstruir o baixo Manhattan, e outros oferecem receitas para ajudar a superar os traumas psicológicos e temores provocados pelos ataques, entre eles 'The Deeper Wound' de Deepak Chopra.

Alguns tocam uma fibra mais superficial, como 'Where Were You on September 11?', de Janette Reynolds, que mostra o que algumas celebridades estavam fazendo quando aviões bombas se chocaram contra as torres gêmeas e contra o Pentágono.

Outros tentam oferecer esperança, como 'Faces of Hope' de Christine Pisera Naman, uma coleção de retratos de bebês que nasceram a 11 de setembro, um em cada um dos 50 Estados.

E embora as publicações sejam diferentes no ângulo, e no tom, uma grande parte delas coloca a indagação do porquê dos ataques contra os Estados Unidos, e examina de que maneira a tragédia mudou o país e os americanos.

Entre estes livros de análise se destaca o do colunista do New York Times, Thomas L. Friedman ('Longitudes & Attitudes: Exploring the World After September 11'), que evoca a divisão entre o mundo ocidental e o árabe, o que para alguns contribui para explicar os atentados.