O primeiro debate entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul confirmou a tendência de bipolarização da disputa, entre o ex-prefeito de Porto Alegre Tarso Genro (PT) e o ex-governador Antônio Britto (PPS-PFL), que, apesar de um clima aparentemente cordial no início e no fim do encontro, deixaram as perguntas de lado para trocar farpas durante as quatro horas em que falaram das propostas aos prefeitos gaúchos. Os candidatos Germano Rigotto (PMDB), José Fortunati (PDT-PTB) e Vicente Bogo (PSDB) apresentaram-se como alternativa. O candidato Celso Bernardi (PPB) mostrou um discurso oposto ao do atual governo Olívio Dutra (PT).

O encontro foi organizado pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, como parte das atividades do Congresso de Municípios do Estado.

Acuado e alvo dos ataques, Genro foi o único que enfrentou diversas vaias ao longo das intervenções. Ao fim, tentou ser diplomático. Depois, nas escadarias do edifício, mostrou o descontentamento, e comentou com os assessores que nunca havia visto prefeitos montando claque.

Mesmo que governe as maiores cidades gaúchas, o PT tem apenas 34 prefeituras num universo de 497 municípios dominado pelo PPB (167), PMDB (137) e PDT (77). Como o evento reuniu mais de mil pessoas, entre prefeitos, vereadores e secretários municipais, Genro ficou diante de um público hostil.