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Mulheres destacam histórias de superação

No dia dedicado a elas, Diário mostra trajetória de moradoras exemplos de garra e determinação

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
08/03/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Embora exista discriminação popular de que a mulher pertença ao sexo frágil, no dia a dia são inúmeras as demonstrações de força por parte delas para superar as adversidades. No Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje, o Diário traz histórias de três moradoras da região exemplos de superação e competência.

Ao nascer, a paralisia cerebral que acometeu Sheila Cassin, 41 anos, de São Bernardo, poderia ter limitado a sua trajetória, uma vez que todos os movimentos que necessitam de habilidades motoras foram comprometidos. Ao contrário disso, ela lutou para conquistar seus objetivos. Fez intercâmbio nos Estados Unidos por seis meses, se formou em Psicologia e concluiu duas pós-graduações. Também tirou carteira de habilitação, criou um canal no YouTube, escreveu o livro Desistir Por Quê? Se Eu Posso Continuar!, e procura patrocínio para publicá-lo.

“Busco ter sucesso profissional e, através de minha obra, espero chegar na vida das pessoas para resgatar o sonho que, por algumas circunstâncias da vida, foram deixados de lado”, fala.

 

DETERMINAÇÃO

A infância passada em orfanato despertou na recifense Célia Maria da Silva, 62, moradora de Mauá, o desejo de cuidar de crianças em situação de vulnerabilidade e dar a elas cuidado e amor.

Viúva aos 33 anos e com oito filhos para criar, ela se estabeleceu no Jardim Oratório, bairro periférico do município. Após sonho repetido por quatro anos, iniciou trabalho, na própria casa, onde chegou a cuidar de 300 crianças. “No sonho, sempre estava em jardim com muitas flores cobertas por lixo. Ouvia uma voz que dizia que o lixo era a fome e a violência daquele lugar, e as flores eram as crianças”, relata.

Mesmo com dificuldades para conseguir espaços que atendessem à demanda da comunidade carente, cerca de 3.000 crianças já passaram por ela e, no sábado, foi inaugurada a sede da Instituição Recanto Infantil Tia Célia, no bairro Jardim Ipê, em área doada pela Prefeitura. O local atende 200 crianças e adolescentes, com idades entre 3 e 15 anos, no contraturno escolar. São oferecidas refeições e atividades como dança, teatro, artesanato e informática. A sobrevivência do trabalho depende de doações. “Agora começa a nossa história”, considera ela.

 

GARRA

Fraquejar diante das dificuldades nunca esteve entre as opções da professora Waléria Volk Magnani Rizzo, 49, de Ribeirão Pires. Ela sempre se desdobrou em diversas atividades. Tudo corria bem até que, em 2006, recebeu o diagnóstico de leucemia linfoide aguda. “Perdi os cabelos, os cílios e massa corporal, fiquei um palito”, conta.

O tratamento foi até 2009 e, em 2010, Waléria descobriu que estava grávida – de gêmeos. Ela já tinha três filhos do primeiro casamento. A ultrassonografia apontou que os bebês tinham tumores cerebrais. João e Francisco nasceram com doença degenerativa, chamada síndrome de esclerose tuberosa, além de autismo. Hoje, os meninos têm 7 anos e, graças ao tratamento que fazem no Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer), têm qualidade de vida.

De tudo o que já passou, Waléria tira ensinamentos. “Essas situações me trouxeram força, coragem e determinação. Foi a partir do nascimento dos gêmeos que estudei sobre autismo e hoje ministro palestra para professores sobre o tema. É ver em tudo uma oportunidade.” 




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