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Kahn falha, Ronaldo marca dois gols e Brasil é pentacampeão
Por Do Diário OnLine
30/06/2002 | 09:55
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Jogadores brasileiros comemoram o segundo gol de Ronaldo na final. À frente, o vencido goleiro alemão Oliver Kahn O melhor goleiro do mundo falhou. O melhor atacante do mundo, não. E a melhor seleção da Copa se sagrou campeã mundial em 2002.

O Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0 neste domingo, em Yokohama (Japão), pela final da Copa de 2002, e conquistou o quinto título mundial de sua história (58, 62, 70, 94 e 2002). Ronaldo marcou os dois gols em Oliver Kahn e garantiu a Seleção Brasileira no lugar mais alto do pódio em 2002. O 'Fenômeno' desfez de uma vez a imagem sofredora e derrotada que persistia desde 1998, sagrando-se artilheiro da competição (oito gols) e melhor jogador da final (eleito pela Fifa e seus patrocinadores).

A final foi emocionante, digna dos cartéis de Brasil (dono do melhor ataque) e Alemanha (melhor defesa e segundo melhor ataque). Apesar da batalha concentrada no meio-campo, não faltaram jogadas ofensivas que aumentaram a dramaticidade da partida. Foram duas bolas na trave, uma para cada lado. Oliver Kahn e Marcos praticaram grandes defesas.

Apesar da pressão esporádica dos alemães, a defesa brasileira se portou de uma maneira irretocável neste domingo. Marcos fez duas intervenções fundamentais no segundo tempo, em uma falta de Neuville e um chute dentro da área de Oliver Bierhoff.

Roque Júnior, mesmo com um cartão amarelo tomado aos cinco minutos de jogo, se superou e foi um gigante em campo. Não deu chance aos alemães, tanto pelo alto quanto pelo chão. Edmílson e Lúcio também foram bem. O capitão Cafu praticamente abdicou das funções de ala e reforçou a defesa, repetindo as grandes atuações que o marcaram durante toda a segunda fase.

No meio, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo tiveram atuações mais apagadas, especialmente no primeiro tempo. Em compensação, Kléberson se soltou em campo e conduziu bem a bola quando faltaram as opções de desafogar a pressão adversária. Gilberto Silva também se destacou pela boa antecipação e pelos combates precisos. Juninho Paulista jogou pouco mais de dez minutos no final da partida, no lugar de Ronaldinho, e fez sua melhor aparição na Copa.

Rivaldo esteve tímido em todo o primeiro tempo. Quando apareceu mais para o jogo, no segundo tempo, o Brasil abriu 2 a 0. Ronaldo foi o responsável por colocar dois gols no comemorado 'melhor goleiro do mundo'. Na primeira oportunidade, aproveitou uma falha de Kahn. Na segunda, colocou com precisão no canto esquerdo e não deu qualquer chance de defesa. O ataque brasileiro, como fez durante toda a Copa, funcionou muito bem.

Mesmo sem seu principal armador ofensivo em campo (Michael Ballack, suspenso pelo segundo cartão amarelo), a Alemanha começou o jogo bastante voltada para o ataque. Na base do cruzamento e das jogadas em velocidade com Oliver Neuville, o 'Mannschaft' segurou a posse de bola no campo do Brasil e deu trabalho.

Num dos piores momentos do Brasil em toda a Copa, quando o gol alemão parecia maduro, Ronaldinho Gaúcho lançou Ronaldo na cara de Oliver Kahn em um contragolpe rápido. O camisa 9 da Seleção tocou mal de perna esquerda e colocou a bola longe da trave alemã (19 minutos). O Brasil começou a criar opções ofensivas e se soltou um pouco mais em campo, criando outra excelente oportunidade aos 30. Novamente, Ronaldinho colocou Ronaldo na cara do gol com um toque sutil e ele finalizou fraco, nas mãos de Kahn.

Faltou pouco para o gol brasileiro não sair no final do primeiro tempo. Kléberson, eficiente nas descidas ao ataque, teve duas grandes chances em menos de cinco minutos. Aos 42, o volante brasileiro apareceu livre na área em um contra-ataque rápido e chutou perto da trave direita de Kahn. Aos 45, Kléberson voltou a aparecer bem para finalizar e chutou uma bola indefensável no travessão de Oliver Kahn. Na última jogada antes do intervalo, aos 46, Roberto Carlos invadiu a área pela esquerda e centrou para Ronaldo pegar de bate-pronto, cara a cara com Kahn, que praticou grande defesa com a perna direita.

Numa repetição do começo do primeiro tempo, a Alemanha voltou massacrante depois do intervalo e criou as melhores oportunidades. Logo aos 2, em cobrança de escanteio, Jens Jeremies cabeceou com violência e Edmílson conseguiu cortar no meio do caminho. Dois minutos depois, em cobrança de falta na intermediária, Oliver Neuville acertou um petardo e exigiu uma defesa elástica de Marcos, que espalmou a bola para a trave.

As coisas só melhoraram para o Brasil quando Rivaldo começou a se apresentar para o jogo. Na primeira jogada insinuante do camisa 10, saiu o gol. Ronaldo desarmou Dietmar Hamann na intermediária e tocou para Rivaldo, que disparou um balaço rasteiro a 25 metros de distância. Kahn bateu roupa e Ronaldo apareceu livre na área para colocar o rebote no fundo da rede. Brasil 1 a 0, aos 22.

A Alemanha visivelmente desanimou em campo. O técnico Rudi Vöeller colocou os atacantes Oliver Bierhoff e Gerald Asamoah para tentar empatar o jogo. Mas quem balançou a rede foi Ronaldo. Num contra-ataque iniciado velozmente por Kléberson pela direita, Rivaldo fez o corta-luz para Ronaldo na entrada da área. O camisa 9 dominou a bola acossado por Asamoah e chutou rasteiro no canto direito de Kahn, que só pulou para sair na foto (34 minutos).

Juninho Paulista entrou faltando cinco minutos para o final da etapa regulamentar e matou qualquer chance de reação da Alemanha. Com Juninho roubando bolas no meio e partindo em velocidade, o Brasil até teve mais chances de balançar a rede. Mas nem precisava mais. Brasil pentacampeão.

Ficha técnica
Alemanha 0 x 2 Brasil (0 x 0)
Estádio: International Stadium Yokohama (Yokohama, Japão)
Público: 69.029 espectadores
Árbitro: Pierluigi Collina (Itália)
Gols: Ronaldo (Brasil), aos 22 e aos 34 do segundo tempo
Cartões amarelos: Roque Júnior (Brasil) e Miroslav Klose (Alemanha)
Alemanha: Oliver Kahn; Torsten Frings, Thomas Linke e Carsten Ramelow; Christoph Metzelder, Bernd Schneider, Jens Jeremies (Gerald Asamoah), Dietmar Hamann e Marco Bode (Christian Ziege); Miroslav Klose (Oliver Bierhoff) e Oliver Neuville. Técnico: Rudi Vöeller
Brasil: Marcos; Lúcio, Edmílson e Roque Júnior; Cafu, Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos; Ronaldo (Denílson) e Rivaldo. Técnico: Luiz Felipe Scolari




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