Memória Titulo MEMÓRIA
Nasce um espaço de diálogo entre fé e arte
Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
13/12/2015 | 07:00
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“A minha pergunta durante todo o itinerário construtivo do museu era: qual a influência da arte na educação da fé, na história da Igreja, na vida das pessoas? Os tijolos destas paredes não são apenas históricos de olarias. Eles são também para a gente lembrar que somos barro, viemos do barro. Esse barro sou eu, somos nós.”

Cf. padre Jordélio Siles Ledo, pároco da Sagrada Família, quinta-feira à noite, no coração de São Caetano.

Entrevistamos padre Jordélio. E gravamos a sua verdadeira oração diante de uma parcela significativa da população feliz e surpresa em visita às obras de construção do Museu da Sagrada Família, nas galerias que contornam a nave principal da ainda chamada Matriz Nova de São Caetano.

A pauta das perguntas que fizemos ao gravador nasceu alguns instantes antes, nas conversas informais com os auxiliares do padre.

João Tarcísio Mariani nos indicou a foto inédita recebida e que mostra a solenidade da bênção da igreja, em 1937.

Cida Flosi mostrou-nos o poço d’água que serviu às obras da Igreja e aos padres nos primeiros tempos.
Gerson nos levou aos moldes recém-descobertos e preservados, mais de 70 anos depois, pela marmoraria Garberino, descoberta pelo padre Alexandre Grigolli na Rua da Consolação. A marmoraria, a pedido do padre, transferiu-se de São Paulo para São Caetano. Está em plena atividade. Tem à frente a terceira e a quarta geração familiar.
Visivelmente emocionado, padre Jordélio foi contando...

Sagradas galerias

Esta é uma noite especial porque estamos apresentando para a comunidade, ou a uma pequena parte dela, um pouco do nosso trabalho. Uma visita histórica às obras do museu. Nosso desejo é sensibilizar novos parceiros, encontrar patrocínios para a continuidade do projeto cultural do Museu da Sagrada Família.

São 11 projetos caminhando ao mesmo tempo, além da obra. Pesquisamos no Centro de Belas Artes, no Museu de Arte Sacra. Fazemos a catalogação de arquivos históricos. Encontramos pérolas como fotografias que foram doadas ao museu por paroquianos.

Não tínhamos essa foto da bênção da igreja. As imagens estão surgindo agora com a obra. As pessoas estão trazendo e a Pró-Memória nos ajudou a montar os painéis.

Com o poço, traremos a temática da água. Lidamos com a fé, com a fonte da água viva, que é o próprio Cristo. O museu tem uma preocupação ecológica, ambiental, histórica, e quer denunciar, historicamente, essas catástrofes que a gente vive.

Uma parte dessa galeria era um terraço por onde circulou o padre Alexandre e o padre Ézio, tenores. A gente vai descascando tijolos e encontrando marcas de olarias de antigas famílias, os Barile, os Perrella, as marcas da chaminé que servia à cozinha dos padres.

O museu começa com Cristo, gira em torno de Cristo e encerra com Cristo, que é o centro de todo o projeto. E o museu é todo pensado num itinerário catequético, dirigido em quatro tempos.

Às portas de 2016...

Padre Jordélio tem convicção que o museu nunca estará pronto. Concordamos. Sua estrutura, sim, está concluída, depois de seis anos de trabalho, a um custo que já passa de R$ 1 milhão, fruto da doação de mais de 1.000 famílias e empresas e de quermesses, bingos, venda de pasteis, festas de todo tipo. Provavelmente será inaugurado em meados de 2016, mas sempre estará aberto a novas descobertas, exposições, debates, diálogo.

Um exemplo: Tânia Regina Coppini Mattos estava lá, na quinta-feira. Falou do nono Caetano Coppini, que tinha olarias em São Caetano e Guarulhos. Forneceu tijolos para o levantamento da igreja e doou o altar lateral dedicado ao padroeiro da cidade, São Caetano. É neste altar que está enterrado o padre Ézio Gislimberti, por vontade própria, dita oralmente e registrada em papel.

Gravamos o depoimento de dois prefeitos, o atual, Paulo Pinheiro, e o anterior, José Auricchio Júnior. Ambos citaram projetos governamentais que podem auxiliar na continuidade das obras. E além da entrevista com o padre Jordélio, gravamos a sua verdadeira homilia. A diferença entre as duas gravações é o fundo.

Na primeira, o murmurinho dos presentes, em confraternização – porque a voz do padre é apenas captada pelo gravador do repórter; na segunda gravação, feita numa caixa acústica, o silêncio de todo o povo. A voz do seu padre, cantando, orando, prestando contas. Verdadeiro documento sonoro.

Senhores e senhoras da Sagrada Família, Memória reuniu na noite de quinta-feira um material riquíssimo a ser trazido a vocês, no cotidiano do ano novo que bate às portas.

Gente de todo o Grande ABC, católica ou de outras crenças, catequistas e crianças, visitem o Museu da Sagrada Família antes de pensar em visitas internacionais a monumentos históricos. O da Sagrada Família não fica nada a dever, e é nosso, está aqui. Fica a cinco minutos de caminhada desde a parada do trem ou do terminal rodoviário. Pertence à sagrada São Caetano universal.

Diário há 30 anos

Manchete – (Conselho Interministerial de Preços) libera novo aumento do leite

Natal – Uma reportagem especial mostra oficinas de consertos de brinquedos. O Diário descobre o ‘Médico de Brinquedos’, em Santo André, e o ‘Hospital de Bonecas’, em São Caetano.

Em 13 de dezembro de...

1915 – Realiza-se a festa de encerramento das aulas em São Caetano, com vários números apresentados pelos alunos, entre os quais:

Rosa Fiorotti interpretou duas cançonetas (canzonetta, em italiano – peça musical ligeira): A Portuguesa e Mamãe não deixa, e uma poesia, A crise.
Casério Veronesi: a poesia O avarento.

Francisco Bertolini: a poesia Madrugada na roça.
Mafalda Trevisan: a cançoneta De sombrinha.

Gino Pessotti: a poesia Sem médico.
Nicola Perrela: a poesia Saudação à bandeira.

Conceição Neves: a cançoneta Florista.
Antonio Thomé: a poesia Caminho das férias.
Margarida Fiorotti: a cançoneta Quando eu crescer.

Municípios Paulistas

Hoje é o aniversário de Luís Antonio, Ourinhos e Palmeira D’Oeste.

Hoje

Dia da Bíblia
Dia da pessoa com deficiência visual
Dia do Marinheiro
Dia do Pedreiro
Dia do Lapidador
Dia Nacional do Forró

Santos do Dia

A devoção a Santa Luzia faz parte da tradição católica, mas somente em 1894 descobriu-se uma inscrição em grego sobre um sepulcro em Nápolis, confirmando a existência da mártir de Siracusa.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza.
Otília
João Marimoni
 




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