Cultura & Lazer Titulo Santo André
Sesc exibe a exposição 'Entre Bordas' a partir de amanhã

Com curadoria de Paula Braga e homenagem ao músico e performer americano John Cage, a apresentação será transmitida pelo YouTube

Matheus Moreira
Especial para o Diário
06/08/2020 | 10:56
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Divulgação


No contexto de enfrentamento da pandemia da Covid-19, o Sesc Santo André permanece fechado ao público. Mas apresentará amanhã (7), de forma exclusivamente virtual, a exposição Entre Bordas – Sons Que Escapam, que trata da sutileza sonora da quietude, do poder enunciativo do que é som em potencial. A mostra traz obras dos artistas Paulo Nenflídio, Sandra Cinto, Thomaz Rosa, Renan Marcondes e Bruno Kurru, e permanece instalada no espaço galeria da unidade até meados de novembro.

A abertura será transmitida ao vivo pelo canal do Sesc Santo André no Youtube na sexta-feira (7), às 19h30, e apresentará View Room produzido por Gabriel Villas-Boas e bate-papo com a curadora Paula Braga e parte dos artistas que estão expondo seus trabalhos na mostra.

SONS QUE ESCAPAM
O silêncio não existe, mesmo que existam tentativas de silenciar. No silêncio, os sons do mundo ficam mais audíveis, como em 4’33’’, a obra mais conhecida de John Cage. Nela, o compositor não se utiliza de sons deliberados. Os músicos ao apresentá-la não tocam nada e apenas permanecem quietos, por esse tempo, diante do instrumento.
John Milton Cage Jr. nasceu em Los Angeles, em 5 de setembro de 1912 e faleceu em Nova Iorque em 12 de agosto de 1992. Compositor, escritor e teórico musical é considerado por muitos críticos de arte um dos mais influentes artistas americanos do século XX. Cage foi um pioneiro da música aleatória, da música eletroacústica, do uso de instrumentos não convencionais, bem como do uso não convencional de instrumentos convencionais, o que o torna uma das figuras de maior expressão nas vanguardas artísticas do pós-guerra.

ARTISTAS CONVIDADOS
Paulo Nenflídio – Nasceu em São Bernardo em 23 de julho de 1976. É artista plástico, trabalha na intersecção entre arte, ciência e tecnologia. Formado em Artes Plásticas pela ECA – USP e em eletrônica pela ETE Lauro Gomes, suas obras são esculturas, instalações, objetos, instrumentos e desenhos. Som, eletrônica, movimento, construção, invenção, aleatoriedade, física, controle, automação e gambiarra são presentes na sua obra. Seus trabalhos se parecem com bichos, instrumentos musicais ou com máquinas de ficção científica. Em 2003, participou da residência artística Bolsa Pampulha, em Belo Horizonte, tendo realizado a obra Música dos Ventos. Em 2009, realizou residência artística no ASU Art Museum, no Arizona, tendo produzido uma individual durante o período de residência. Em 2017 participou da Bienal Internacional de Arte Contemporânea da América do Sul.

Sandra Cinto – Nascida em Santo André, em 1968, a desenhista, pintora, escultora, gravadora e professora tem o desenho como fio condutor de sua obra, mas também transita com desenvoltura por diferentes modalidades da produção artística como a instalação e a escultura. Em muitos de seus trabalhos, os espectadores adentram espaços que estimulam a reflexão sobre o ambiente ao redor e como ele é ocupado.
O traço da artista, delicado e simples, revela influência do desenho japonês. E vale ressaltar que essa inspiração nipônica está presente em uma obra permanente que Sandra tem no Sesc Santo André, desde 2011, denominado Céu e mar para presente (Japonismo). Trata-se de uma aplicação de azulejos serigrafados às paredes que compõem o ambiente da piscina aquecida. Em seus trabalhos, para além das questões visuais, a filosofia se faz presente, por meio do zen, do vazio e da necessidade de valorizar o tempo.

Thomaz Rosa – Nasceu em São Caetano em 1989. Bacharel em Artes Visuais pela UNESp, participou da residência na Faculdade de Belas Artes do Porto, Portugal. Em 2017 apresentou as mostras individuais, “UNWELT”, Galeria Boatos Fine Arts, BFA e “Projeto Solo”, SP-Arte. Também participou das coletivas “Four Points”, Duas de Letra, Café galeria do Porto em Portugal (2013); “Movel Up”, Universidade do Porto, Portugal (2013); “Desvelo”, Exposição de conclusão do curso de Bacharelado em Artes Visuais na UNESP. Linhas, grafismos, gestos reflexivos, composições a partir de pontos e formas concretas, analogias verbais de imagens são marcas presentes nas obras de Thomaz Rosa.

Renan Marcondes – Nasceu em 1991. Doutor em Artes Cênicas pela ECA – USP. Seu trabalho articula coreografia, escultura e pesquisa teórica para pensar sobre a genealogia e as atuais formas de funcionamento da arte da performance a partir de situações patéticas de corpo. É também membro fundador do Pérfida Iguana, polo de produção em dança contemporânea, criado em parceria com a bailarina Carolina Callegaro. O artista possui obras nos acervos do Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto e na Pinacoteca de São Bernardo.

Bruno Kurru – Nasceu em São Bernardo em 1984. Articula em seus trabalhos camadas de imagens e escritos como estratégia para a construção de sua poética, mantendo reflexões contínuas sobre a ocupação do espaço, seja ele a superfície da pintura, seja o espaço real. Porém, ao suplantar uma carga ideológica, o artista desloca a função social do discurso, invertendo os sujeitos – alvo e disparador – das ações políticas.

CURADORIA
Paula Braga - Historiadora e crítica de arte, é docente na UFABC, onde ministra disciplinas relacionadas a Estética. Sua formação começou com Ciência da Computação pela USP e seguiu para o bacharelado em Pintura e mestrado em História da Arte, ambos na University of Illinois, EUA. Em 2007, concluiu um doutorado em Filosofia, também na USP, que deu origem a várias publicações sobre a obra de Hélio Oiticica e a relação do artista carioca com a filosofia. 




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