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Mulheres podem fazer história nas eleições de 2010
Por Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
10/08/2009 | 07:00
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A confirmar o quadro que está sendo desenhado atualmente nos bastidores políticos, a disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010 deve contar, pela primeira vez na história, com ao menos três mulheres na corrida: a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), a vereadora de Maceió Heloísa Helena (Psol) e a senadora Marina Silva (PT-AC), a qual deve mudar de partido e concorrer pelo PV.

Apesar de a participação das mulheres na política - especialmente no Brasil - ainda estar bem abaixo da dos homens, é fato que cada vez mais as representantes do sexo feminino estão conquistando espaço neste meio considerado amplamente masculino.

Especialmente se for levado em consideração que as mulheres passaram a ter direito a voto apenas a partir de 1932. Desde 1995, porém, é que a história começou a mudar em favor do sexo feminino, com a aprovação da Lei de Cotas, segundo a qual os partidos teriam de reservar ao menos 30% das vagas para candidaturas femininas - a lei foi aplicada pela primeira vez nas eleições municipais de 1996.

Com o restabelecimento da democracia e a promulgação da Constituição de 1988, as eleições passaram a ser diretas em 1989. Desde então, apenas quatro mulheres, em pleitos distintos, concorreram ao cargo eletivo máximo no País.

Em 1989, Lívia Maria (PN) obteve 179.896 votos (0,26% dos votos válidos). Nove anos depois, em 1998, Thereza Tinajero Ruiz (PTN) somou 166.138 votos (0,25%). O ápice, entretanto, ocorreu na última eleição presidencial, em 2006, quando duas mulheres disputaram votos e uma delas foi a mais votada da história. Ana Maria Rangel (PRP) recebeu 126.404 votos (0,13%), enquanto a então senadora Heloísa Helena - representante do recém-criado Psol - atingira 6.575.393 votos (6,85% da votação válida), terminando o pleito em terceiro lugar.

Por estes motivos, principalmente, é que a eleição do próximo ano está sendo aguardada com expectativa. Não apenas pelo fato de o pleito poder se tornar o com maior número de mulheres na disputa, mas, principalmente, pelo fato de os três possíveis nomes terem peso e - chances reais - de vencer a corrida eleitoral.

Dilma Rousseff é a aposta do presidente Lula, o qual goza de prestígio e de altos índices de popularidade frente ao eleitorado.

Heloísa Helena resiste ao fato de disputar nova eleição presidencial, especialmente pela tentativa de polarização entre PT e PSDB, que devem contar com campanhas milionárias. Mas pesa o fato de ter sido bem votada há três anos e possui apoio dos eleitores ditos de esquerda, socialistas.

Já Marina Silva é uma incógnita. Senadora pelo PT, a ex-ministra do Meio Ambiente recebeu - e analisa - convite do PV para ser candidata à Presidência da República.

Diante deste cenário, resta saber se a população brasileira realmente quebrará o tabu e escolherá uma mulher para comandar a Nação pela primeira vez na história.




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