Política Titulo Sem restrição
Câmaras liberam
bermuda e chinelo

Comandantes dos Legislativos da região acreditam no bom
senso do cidadão sobre a roupa para ir à repartição pública

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
18/02/2013 | 07:00
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As Câmaras do Grande ABC não possuem restrição de trajes aos munícipes que acompanham as sessões e buscam atendimento nos gabinetes. Os comandantes dos Legislativos acreditam no bom senso do cidadão sobre o que vestir para ir à repartição pública.

Chinelos, bermudas e regatas são liberados pelas sete Casas da região. A reportagem do Diário flagrou diversas pessoas usando esse tipo de traje nas sessões legislativas realizadas na quinta-feira. Munícipes não se preocupam em optar por um look mais fresco, apesar de roupas formais serem exigidas a vereadores e funcionários.

No começo do mês, a Câmara de São Paulo proibiu os paulistanos de comparecer ao Legislativo vestindo shorts, bermudas e chinelos. Os policiais militares que cuidam da segurança estão autorizados a impedir a entrada de quem não estiver devidamente vestido. A iniciativa gerou polêmica. A assessoria da Casa explicou que a medida foi tomada para evitar roubos e situações constrangedoras.

O presidente da Câmara em Mauá, Paulo Suares (PT), admitiu que estuda ações mais rigorosas na área administrativa e no setor destinado ao público. O petista não descarta proibir os trajes considerados inadequados. "Falei com os vereadores que faremos um manual de procedimento de funcionários, inclusive assessor e munícipe que entrar de boné."

A restrição também já foi estudada em São Bernardo na década de 1990. Gilberto Frigo (PMDB) comandou o Legislativo no biênio 1993-1994 e ventilou a possibilidade de proibir o uso de algumas peças de roupas julgadas inadequadas. O ex-vereador também pensou em criar um uniforme para os colegas. Porém, o projeto não prosperou.

O atual comandante da Câmara são-bernardense, vereador Tião Mateus (PT), negou que tenha qualquer intenção de restringir a forma como os munícipes vão vestidos. "Avalio que, se a pessoa estiver de bermuda, pode entrar. Em grandes empresas ou departamentos também se entra de bermuda. Não pode entrar bêbado ou sem camisa."

Aliás, em São Bernardo os trajes sempre foram um capítulo à parte, principalmente quando Matias Fiúza (PT) foi vereadores, na legislatura passada. O petista sempre estava vestido com camisas de time de futebol e óculos escuros colocados na cabeça.

Em Diadema, o quesito também prima pela liberdade do povo. É comum notar no Legislativo a presença de populares trajados de bermuda, chinelo e boné circulando sem restrição.

A entrada de pessoas sem camisa é barrada na Câmara de São Caetano. O regimento interno da Casa ressalta o bom senso do cidadão interessado no debate político da cidade.

Na cidade de Santo André o controle não existe. Quem circula pelos corredores dos gabinetes dos 21 parlamentares consegue ver claramente que os munícipes não são barrados por conta dos chinelos, shorts ou bermudas. Homens e mulheres transitam normalmente - a entrada com esses trajes fica impedida somente no setor administrativo, local pouco frequentado pelos munícipes.

O presidente da Câmara de Ribeirão Pires, Edson Savietto, o Banha (PDT), alegou que shorts e chinelos são permitidos no dia das plenárias. "Se na hora do eleitor ir votar não tem restrição, quem somos nós para barrar algo? Não vejo sentido", sustentou. Em Rio Grande da Serra, o regimento interno define apenas que os vereadores devem comparecer às sessões com roupas sociais.




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