Comer, geralmente, compromete a maior parte da renda dos trabalhadores. Neste ano, por exemplo, o gasto médio por família no Grande ABC, com quatro pessoas, será de R$ 10.209 para a alimentação dentro e fora do domicílio.

Isso ocorrerá porque cada morador da região desembolsará, em média, R$ 976,11 em 2013 com comida em bares, lanchonetes e restaurantes. Isso somado a um gasto de R$ 1.576,32 per capita com os ingredientes de cafés da manhã, almoços e jantares preparados em casa. No total, o Grande ABC destinará R$ 6,5 bilhões, neste ano, com alimentos e bebidas.

O Ibope concedeu o potencial de consumo em alimentação da região com exclusividade à equipe do Diário. Por meio da ferramenta Pyxis, o instituto de pesquisas mapeou os números com base em seus grandes grupos de despesas para consumo dentro da residência. São eles itens de mercearia, laticínios e derivados, matinais, carnes, aves e derivados, frutas, legumes e verduras e outros alimentos.

Como possíveis desembolsos fora do domicílio, o Ibope considerou os gastos em bar, lanchonete, restaurante, quiosques para consumo de alimentos, bebidas sem ou com álcool, doces e sanduíches.

A doméstica mauaense Luiza Franscisco de Oliveira concordou com o resultado da pesquisa. “Só na minha casa eu gasto por mês 20 kg de arroz. Feijão são 7 kg.” Com base na pesquisa Cesta Básica da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), só com os dois produtos, a despesa mensal da casa da Luiza é de R$ 74,27, e anual, R$ 891,24.

 “São oito pessoas lá em casa”, revelou. Por isso, ela contou que o gasto mensal atinge, em alguns meses, até R$ 1.200 com alimentação. “A carne eu compro em peça inteira. Gasto todo mês R$ 225”, disse Luiza. E não para por aí, pois seus quatro filhos e netos, que comem em sua casa, também contribuem com o consumo de três caixas de 12 litros de leite por mês.

Por outro lado, a comerciante andreense Sonia Regina Maziero se encaixa no grupo que gasta mais com comida fora de casa. “Como fico o dia inteiro no comércio, acabo pedindo marmita.”

A sua família também não dispensa uma confraternização em um restaurante ou churrascaria, ao menos, duas vezes por mês. E em algumas ocasiões, até os fast-foods ajudam. “Hoje estou com o meu neto e passei em uma lanchonete porque ele estava com fome. Então, aproveitei e comprei lanche para mim, ele e a minha neta”, explicou Sonia. Apenas nesta compra, ela gastou R$ 45. “É o que eu mais gosto”, afirmou o neto de Sonia, Vitor de Melo.

Rosalva Oliveira é um pouco mais ponderada com as despesas fora de casa. “Em média R$ 50”, disse a dona de casa moradora de Santo André. Porém, com alimentação dentro do domicílio, ela revela que desembolsa, em média, R$ 300 por mês.