A autônoma Janete Cardoso de Souza, moradora de Santo André, reclama da venda de duas cestas básicas com data de validade vencida, pela unidade do hipermercado Extra do ABC Plaza Shopping, em Santo André. Janete conta que comprou as cestas no último dia 17 e, ao chegar em casa, constatou que a validade das mercadorias havia expirado em 28 de fevereiro. Ela sequer rompeu a embalagem e imediatamente ligou para a ouvidoria da rede. A indignação da consumidora vai além da discussão sobre a troca das cestas ou a devolução do valor pago. Janete questiona: “Como uma rede de supermercados do porte do Extra mantém produtos vencidos nas prateleiras?”.

Ao Diário, a assessoria de imprensa da rede Pão de Açúcar (também detentora das redes Extra e Barateiro) afirmou, por meio de nota oficial, que “o fato relatado não condiz com o padrão de atendimento e operação exigido pela rede”. A empresa informa ainda que “seus funcionários são exaustivamente treinados para manter atenção redobrada em questões como atendimento e boa prestação dos serviços e já reorientou todos os envolvidos para que fatos como esse não ocorram mais”.   A assessoria, porém, não informou quais procedimentos serão adotados para sanar o problema da consumidora do Grande ABC. De acordo com o CDC (Código de Defesa do Consumidor), neste caso, cabe ao cliente exigir a devolução dos valores pagos, monetariamente corrigidos, ou a troca da mercadoria por outra, em perfeita condição de uso ou consumo. Pelas cestas, Janete pagou R$ 88,60. Os itens seriam distribuídos voluntariamente pela consumidora aos moradores da favela Tamarutaca, em Santo André.

“O que me causa revolta não é o risco de não ter o dinheiro gasto devolvido, mas sim a falta de responsabilidade da empresa em não verificar a validade dos itens oferecidos nas prateleiras”, diz a consumidora. Janete afirma estar disposta a abrir mão da troca das mercadorias ou da devolução do dinheiro. “Exijo sim uma explicação pela venda da mercadoria vencida.”

Ao notar a validade das cestas básicas, Janete entrou em contato com a ouvidoria do Extra para denunciar o problema. “Eles não se negaram a acatar a determinação do Código de Defesa do Consumidor, mas acho que isso não basta porque se eu comprei mercadoria vencida, outras pessoas, menos instruídas, também devem ter comprado e sem perceber podem ter consumido produtos estragados.”