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Mal de Parkinson: nova terapia pode ter sido descoberta
Por Do Diário do Grande ABC
23/11/1999 | 11:35
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Células nervosas fetais enxertadas em um paciente afetado pelo mal de Parkinson ainda funcionam dez anos depois de feito o transplante, informaram cientistas suecos, pioneiros nesta terapia ainda experimental, no número de dezembro da revista Nature Neuroscience.

Uma equipe de cientistas de Lund, dirigida pelos professores Anders Bjorklund e Olle Lindvall, estudou, junto com os especialistas britânicos da médica Paola Piccini e Paul Grasby, o caso de um paciente de 69 anos, cujo estado melhorou consideravelmente depois de um enxerto de células humanas realizado, em 1989, em um só lado do cérebro.

Graças às novas técnicas de tratamento cerebral, os cientistas comprovaram que os neurônios enxertados nao somente sobreviveram, mas continuaram produzindo dopamina, a substância cuja falta provoca o mal de Parkinson.

A dopamina continua chegando ao local adequado do cérebro, constataram os médicos. Estes resultados sao ``animadores', principalmente porque confirmam que as células transplantadas resistem aos mecanismos patológicos que tinham destruído os neurônios produtores de dopamina do enfermo.

Embora se baseie em um único caso, o estudo dá uma sólida demonstraçao de que os enxertos de células embrionárias podem restaurar a produçao de dopamina, comentaram na revista mensal os especialistas britânicos Roger Barker e Stephen Dunnett.

Entretanto, nao contribui para esclarecer o debate sobre esse tipo de enxertos: o benefício clínico parece limitado aos indivíduos jovens, segundo resultados preliminares de um estudo comparativo norte-americano (enxerto e placebo), indicaram, acrescentando que a diferença de método e o número menor de células utilizadas poderiam explicar os resultados ``mais modestos' dos norte-americanos.

Atualmente, estao sendo estudadas alternativas para essa terapia (enxertos de células embrionárias de porco, de células modificadas geneticamente ou de precursores das células nervosas).

As técnicas de medida da produçao de dopamina descritas pelos cientistas e suas ``normas rigorosas' serao utilizadas para a avaliaçao de futuros tratamentos, estimaram os dois especialistas.

O mal de Parkinson se caracteriza por rigidez muscular, tremores e lentidao nos movimentos e se registra principalmente em pessoas de mais de 50 anos. Afeta aproximadamente um adulto em cada mil.




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