A devolução de dez carros oficiais na Câmara de São Caetano causou novo embate interno entre governistas e oposicionistas. Os nove parlamentares da base do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) decidiram, na semana passada, abrir mão da frota oficial, mas a maioria do G-10 (grupo de dez parlamentares da oposição) não seguiu o caminho, o que desagradou governistas.

Da oposição, apenas César Oliva (PR) já havia feito o mesmo. A ideia de governistas abrirem mão do carro da Câmara teria partido da própria cúpula do Palácio da Cerâmica, que enxergou a iniciativa como saída às críticas que a base governista sofreu nas redes sociais nos últimos dias por não assinar carta que sugere medidas de transparência, entregue na sessão do dia 7.

Esperava-se, porém, que a atitude constrangesse os oposicionistas e que provocasse que os nove parlamentares contrários ao governo fizessem o mesmo, o que não ocorreu. Diante disso, nenhum dos nove governistas devolveu as chaves dos veículos à presidência da Câmara.

Líder do governo na Casa, Tite Campanella (PPS) negou que a atitude visava pressionar os oposicionistas e explicou que o grupo só entregará as chaves dos carros quando a direção do Legislativo formalizar a devolução dos veículos. “As chaves não foram entregues porque podem ser usados por outros departamentos da Câmara, desvirtuando a finalidade da nossa ação. Não existiu pressão nenhuma. Cada um tem sua consciência e sabe o que vai fazer”, justificou o parlamentar.

Presidente da Casa, Pio Mielo (PMDB) confirmou que os veículos serão devolvidos. “A Casa trabalhará com 50% da frota”, disse. O discurso oficial dos oposicionistas é que, com dez carros a menos, é possível adequar o restante dos veículos a todos os gabinetes. Internamente, porém, oposicionistas não estão dispostos a dividir os carros.

Ao todo, são 23 veículos de modelos Corsa e Astra, anos 2007 e 2009.