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‘Paternidade’ da UPA de Rio Grande se transforma em briga de PT e PSDB

Claudinho da Geladeira lembra de ideia levada
a ex-ministro, enquanto prefeito exalta construção

Por Vitória Rocha
Especial para o Diário
10/02/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


Às vésperas de ser inaugurada, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) de Rio Grande da Serra é alvo de disputa entre o prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) e o ex-vereador e pré-candidato ao Paço Claudinho da Geladeira (PT). Primeira a ser construída numa cidade com menos de 50 mil habitantes, a unidade é vista, pelos tucanos, como obra do atual governo, ao mesmo tempo em que é reivindicada como projeto antigo da oposição.

O petista explica que, quando era candidato a prefeito, em 2012, pediu ao ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), em visita à cidade, que construísse uma UPA alegando que o equipamento também iria beneficiar os moradores de Paranapiacaba e Parque Andreense, vinculados a Santo André. “Foi a primeira vez que o ministro veio a Rio Grande da Serra e ele garantiu que seria construída (a UPA). Daí veio a campanha, o outro lado falou que nós estávamos mentindo (sobre a efetivação do projeto) e eu fico muito contente em dizer que tudo o que nós falamos aconteceu. Os nossos projetos estão acontecendo por meio do governo federal”, afirmou Claudinho.

O tucano discordou do rival. “Na verdade, foi uma promessa do ministro (Padilha) e nós não fomos contrários, fizemos um questionamento porque a UPA era para cidades com mais de 50 mil habitantes (segundo regras da Pasta da Saúde). Quando eu fui eleito, cobrei e agora vamos inaugurar no mês de maio. Não é do Claudinho (a autoria), é do ministro (Padilha) porque não existe ministro de partido”, rebateu. O grupo de Maranhão, no entanto, apresentou moção de repúdio ao projeto sustentado por Claudinho. Na época, o texto crítico foi aprovado na Câmara com ampla maioria a favor do governo de Adler Kiko Teixeira (PSB), padrinho político do tucano.

Questionado sobre o adversário assumir a autoria da construção da UPA, Claudinho disse não se importar. “Quando o filho é bonito, todo mundo é pai. Ainda bem que filho feio ainda tem a mãe. Eu vejo isso com muita satisfação porque você não pode apostar no quanto pior, melhor. O trabalho tem de ser feito. Esse negócio de ‘fui eu quem fiz, não foi você’ não é pensar grande. Nós pudemos participar de projeto que abriu os olhos de políticos da cidade que tinham um olhar míope, o nosso pensamento é um pensamento de progresso. O que não pode é a cidade ficar parada por politicagem, por pensamentos pequenos.”

Com investimento de R$ 2,4 milhões da União para a infraestrutura, a obra já teve sua entrega adiada quatro vezes desde que o projeto começou a ser realizado, em 2014, e está sendo construída na Rua dos Autonomistas, no Centro, próxima à Rodovia Índio Tibiriçá.

Atualmente, Rio Grande da Serra é o único município do Grande ABC a não possuir uma UPA e a população é atendida majoritariamente pela UBS (Unidade Básica de Saúde) Central, que é 24 horas, além de oito unidades menores nos bairros Santa Tereza, Sítio Maria Joana, Vila Niwa, Vila São João, Parque América, Raimundo da Matta e Vila Lopes. 




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