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Mergulha, Dilma

Dilma vai é sair do País, logo após a festa de casamento de sua filha, neste fim de semana

Por Carlos Brickmann
16/04/2008 | 00:00
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Sabe essas noticinhas espalhadas por aí, de que a história do dossiê pago com dinheiro público para fins partidários só serviu para popularizar a ministra Dilma Rousseff e fazê-la subir nas pesquisas internas utilizadas pelos partidos? Pois é, essas noticinhas não podem ser levadas a sério. Note bem: as noticinhas não dizem quem fez as pesquisas, não dizem quem as paga, não dizem de quanto para quanto a ministra teria subido. Em suma, não dizem nada. Não existem.

Tanto não existem que a ministra Dilma Rousseff resolveu mergulhar por uns tempos. Deveria depor nesta quarta-feira no Senado, mas desistiu: vai usar todo o prazo de 30 dias de que dispõe para então marcar a data. Entrevista à imprensa, nem pensar – a última, aliás, foi um desastre, já que a ministra não apenas odeia ser questionada como costuma reagir com agressividade quando é contrariada. Dilma vai é sair do País, logo após a festa de casamento de sua filha, neste fim de semana: comandará uma delegação brasileira ao Japão, comemorando o centenário da imigração japonesa. Lá, espera-se, estará a salvo de eventuais problemas. No mês que vem, lá pelos últimos dias de maio, quem sabe?

Para a oposição, Dilma é o alvo preferencial (e, além dela, sua primeira-auxiliar Erenice Guerra). Acredita-se que o caminho para derrubar os altos índices de popularidade do presidente Lula passe por Dilma. Acredita-se também que haja, no governo Lula, vários ministros que não ficariam tristes se Dilma voltasse para a iniciativa privada. Há muito chumbo à espera da ministra.

GUERRA TUCANA
O comando do PSDB fez longas reuniões em São Paulo, trocou juras de amor, defendeu a unidade partidária. Na prática, o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, tão adepto do governador José Serra que gostaria de vê-lo com uma maçã na boca e cercado de rodelas de limão, demitiu da liderança tucana todos os funcionários, 27, nomeados por parlamentares serristas. Haverá represálias.

DITADURA MULTINACIONAL
Nesta quinta-feira, um depoimento que vale a pena na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal: Jair Krischke, pesquisador sério e competente, fala sobre a participação do Brasil na Operação Condor. A Operação Condor reuniu todas as ditaduras militares sul-americanas na perseguição, prisão, tortura e assassinato de adversários políticos, sem levar em conta as fronteiras nacionais. O depoimento deve assustar muita gente que hoje posa de bonzinho e democrata.

O PETRÓLEO...
No início do século passado, Los Angeles era uma das cidades americanas mais bem servidas por transporte público. Sua rede de bondes elétricos era exemplar. Um trabalho bem feito da indústria petrolífera transformou Los Angeles na capital mundial do transporte individual, liquidando o transporte público. Um pouco depois, o presidente mexicano Lázaro Cárdenas nacionalizou os campos petrolíferos do Golfo do México. A indústria petrolífera multinacional se retirou, não sem antes desligar as bombas. O mar inundou vários campos.

...REAGE
Ninguém imagine que a indústria de petróleo perca mercado sem reagir. Não se pode perder essa informação de vista ao analisar a frase do suíço Jean Ziegler, relator especial da ONU para o Direito à Alimentação e velho político populista, de que a produção de combustíveis vegetais é um crime contra a humanidade. A propósito, Ziegler é adepto declarado do boliviano Evo Morales, que vende gás, e do venezuelano Hugo Chávez, cuja principal riqueza é o petróleo.

MÚSICA E PAZ
O músico Aaron Shneyer está usando a arte a que se dedica para dar sua contribuição à paz no Oriente Médio. Formou uma banda – a Heartbeat Jerusalem – com doze músicos judeus, muçulmanos e cristãos. A banda toca vários estilos, de funk e música popular israelense ao rap árabe. “Os garotos estão se acostumando uns com outros e rompendo barreiras”, diz Shneyer, que pretende gravar o primeiro CD até o final do ano.



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