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Homens morrem mais

As principais vítimas do trânsito são jovens de 20 a 39 anos. Segundo o Sistema de Informação de Mortalidade, 37.594 brasileiros morreram em 2009

Por Cristina Baddini
14/10/2011 | 00:00
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As principais vítimas do trânsito são jovens de 20 a 39 anos. De acordo com dados do Sistema de Informação de Mortalidade, 37.594 brasileiros foram vítimas fatais no trânsito do País em 2009, 679 mortes a menos que em 2008, quando foram registrados 38.273 óbitos. O levantamento do Ministério da Saúde aponta, ainda, que o número de homens que morrem no trânsito é quatro vezes maior do que o de mulheres. Em 2009, foram 30.631 homens (81,4%) e 6.496 mulheres (18,4%) que perderam a vida no trânsito.

O homem é mais vulnerável porque está mais exposto pelo seu próprio comportamento que, em muitas situações, se mostra mais agressivo ao dirigir, bem como pela associação de outros fatores de risco, como o excesso de velocidade e a combinação entre álcool e direção. Dados de uma pesquisa em 2010 sobre indicadores de Saúde do brasileiro mostram que 3% dos homens entrevistados afirmaram ter dirigido após o consumo abusivo de bebida alcoólica, enquanto entre as mulheres esse percentual foi de 0,2%.

Aliado ao consumo de bebidas alcoólicas e à alta velocidade soma-se o aumento da frota, especialmente de motocicletas, um meio de transporte utilizado por 9.268 dos 37.594 mil brasileiros que perderam a vida no trânsito em 2009. Isso equivale a 24,6% do total de óbitos naquele ano. Comparando-se 2009 com 2008 observamos um aumento de 4% na mortalidade envolvendo motociclistas. No ano anterior, foram 8.898 vítimas fatais. O Brasil registra uma frota motorizada de 66.116.077 veículos, dos quais 57% são automóveis. As motos representam 26% da frota nacional, segundo dados de março de 2011 do Departamento Nacional de Trânsito. Entre os pedestres, houve redução de 7% nas vitimas fatais se compararmos os anos de 2008 com 2009.

PELO MUNDO

No cenário mundial, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os recordistas em mortes no trânsito, atrás da Índia, China, Estados Unidos e Rússia, segundo o Informe Mundial sobre a Situação de Segurança no Trânsito, publicado em 2009. A estimativa da Organização Mundial da Sáude é que, em todo o mundo, cerca de 1,3 milhão de pessoas perdem suas vidas anualmente no trânsito e cerca de 50 milhões sobrevivem feridas. O custo global estimado é de US$ 518 bilhões por ano. Vale dizer que os custos dos acidentes de trânsito já foram estimados em 1% a 2% dos Produtos Interno Brutos dos países.

PACTO PELA VIDA

Em maio de 2011, os ministérios das Cidades e da Saúde lançaram o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito - Pacto pela Vida. A meta é reduzir 50% o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez anos, como adesão ao Plano de Ação da Década de Segurança no Trânsito 2011-2020, uma recomendação da Organização das Nações Unidas a partir da iniciativa da Organização Mundial da Saúde.

O plano contempla um conjunto de medidas que visam contribuir para uma redução das taxas de mortalidade e lesões por acidentes de trânsito no país, através da implementação de ações de mobilidade urbana, fiscalização, educação, saúde, infraestrutura e segurança veicular, a curto, médio e longo prazos. As intervenções no trânsito têm que ser trabalhadas com foco na mudança de comportamento da população, de modo que todos os usuários do trânsito tenham comportamentos e atitudes mais seguras e saudáveis, e também na implementação de políticas públicas voltadas para a mobilidade urbana e sustentável, na acessibilidade e na promoção de ambientes seguros e saudáveis.




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