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Pedestres cobram respeito no trânsito do Grande ABC

Ausência de sinalização e imprudência dos motoristas são problemas enfrentados no dia a dia

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
23/10/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Faixas parcialmente apagadas, ausência de semáforos específicos e imprudência dos motoristas são alguns dos exemplos das dificuldades enfrentadas pelos pedestres do Grande ABC no dia a dia. Não à toa, os atropelamentos lideram os casos de mortes no trânsito das sete cidades no mês de setembro conforme o Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo). Dos 19 óbitos registrados no mês passado após acidentes viários, 11 foram em decorrência de atropelamentos.

Em São Bernardo, onde foram registradas quatro ocorrências envolvendo veículos e pedestres em setembro, moradores relatam as dificuldades para conseguir atravessar a Avenida Presidente João Café Filho, no bairro Assunção. O aposentado Adonion Gomes, 61 anos, diz que já presenciou atropelamentos na via. “Há cinco meses, um senhor andava de bicicleta pela calçada, quando um carro em alta velocidade avançou no ponto onde ele estava.”

A equipe do Diário esteve ontem no local e presenciou a dificuldade da auxiliar de enfermagem Bárbara Ferreira, 22, para atravessar a avenida na altura do número 1.120, onde faixa de pedestre está parcialmente apagada. A munícipe ressalta que o problema é diário. “Nessa avenida seriam essenciais semáforos. Só as faixas de pedestres não adiantam. Sempre avanço para a rua e peço passagem para os motoristas”, observa, referindo-se ao fato de os condutores não pararem para os pedestres.

A Prefeitura de São Bernardo informou que o número de acidentes na avenida vem apresentando queda e que há estudos para redução de velocidade no local, de 60 km/h para 50 km/h. A via conta com dois radares, sendo um de avanço de vermelho e um de velocidade. 

Em Mauá, na Avenida Barão de Mauá, Vila Bocaina, os munícipes ressaltam que o trânsito funciona a favor dos veículos e não para auxiliar os pedestres. Coordenadora pedagógica e moradora da avenida há 12 anos, Sheila Padovani, 42, diz que na altura do número 1.051 da via há demanda alta para travessia, mas nenhuma sinalização. “Precisamos correr para não ser atropelados”, ressalta.

A Prefeitura de Mauá não respondeu à demanda até o fechamento desta edição. 

INFRAÇÕES

O artigo 214 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) determina que “deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado que se encontre na faixa a ele destinada é infração”. A multa é considerada gravíssima – sete pontos – e custa R$ 191,54. 

Para o diretor de comunicação do departamento de medicina do tráfego ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) Dirceu Rodrigues Alves, por mais que exista a punição, é necessário avançar na fiscalização. “Não temos recursos humanos suficientes para esse trabalho. São poucos funcionários destinados a essa tarefa”, avalia. 




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