“Entre a exigência da idade mínima e a manutenção do fator previdenciário para se aposentar, é preferível o fator, por ser um sistema mais justo.” O ponto de vista é do ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, e foi um dos destaques de entrevista exclusiva concedida ao Diário.

Para o ministro, a aplicação da idade mínima é uma opção aceitável, mas não seria a melhor, porque ela estipula um ponto único para que as pessoas possam se aposentar sem distinguir o segurado que começou a trabalhar mais cedo daquele que entrou no mercado de trabalho mais tarde.

“A idade mínima vai tratar o cidadão que entrou no mercado com 16 anos da mesma forma que trata aquele que começou com 25. Tem essa injustiça que acaba estourando no mais fraco”, disse.

“Como ministro, acho que não precisamos da idade mínima para a aposentadoria. Temos de aumentar o tempo de contribuição e manter o fator previdenciário porque assim você dá ao cidadão a opção de se aposentar mais cedo ou não. É mais justo.”

Independentemente de o ministro ser mais favorável ao fator previdenciário, o Congresso Nacional pode optar pela idade mínima na reforma da Previdência Social, prevista para o ano que vem. “Nesse caso, vamos imaginar 40 anos de contribuição e 60 anos de idade mínima para se aposentar. Mas, segundo os técnicos, o ideal seria a idade de 65 anos.”

Para o ministro, não é possível manter o sistema funcionando com as regras atuais eternamente. “Temos de fazer a reforma olhando para a frente. Nossa obrigação é melhorar regras para as futuras gerações”.