Política Titulo Agência publicitária
Empresa ligada a Marinho, Sotaque é alvo de nova fase da Lava Jato

PF encontra dois pagamentos de R$ 500 mil feitos pela Odebrecht à agência publicitária

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
23/03/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


A Sotaque Brasil Propaganda e Publicidade, agência publicitária prestadora de serviços no governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e que foi responsável pelas campanhas vitoriosas do petista em 2008 e 2012, foi alvo ontem da 26ª fase da Operação Lava Jato, batizada como Xepa, cuja mira principal é a Odebrecht. Em um dos mandados de busca e apreensão realizados pela PF (Polícia Federal) foram encontrados, discriminados em uma planilha feita pela Odebrecht, dois pagamentos no valor de R$ 500 mil cada recebidos pela agência, pagos pela empreiteira nos dias 23 e 24 de outubro de 2014, em nome de Bruno Martins Gonçalves Ferreira, um dos integrantes do quadro societário da empresa.

Ao todo, a força-tarefa da PF expediu ontem 110 mandados pela Justiça Federal de Curitiba e realizou buscas no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Piauí, Brasília, Minas e Pernambuco. De acordo com a investigação, foram envolvidos 380 policiais.

A Sotaque tem como sócio-administrador Oliveiros Domingos Marques Neto, que tem proximidade com o prefeito são-bernardense desde o período em que Luiz Marinho comandava o Ministério da Previdência Social, entre março de 2007 e junho de 2008, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No ano passado, o Ministério Público abriu investigação sobre o contrato firmado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, na gestão de Marinho, entre 2013 e 2014, com a Sotaque. O acordo prevê gasto de R$ 9 milhões ao ano, mas cláusula permite que o aporte alcance a cifra de R$ 45 milhões, pois pode ser aditado por mais quatro anos.

O processo de contratação foi marcado por polêmica, uma vez que a agência publicitária saiu vencedora em licitação que tinha a secretária adjunta da Comunicação do governo Marinho, Gabriela Rocha, como uma das julgadoras do processo.

DELAÇÃO
Em meio aos mandados de busca e apreensão, o Grupo Odebrecht divulgou nota ainda ontem informando que pretende colaborar com as investigações da Operação Lava Jato. No texto, a construtora confirma que, por decisão interna, optou por fazer acordo de delação premiada de seus principais executivos.

A empreiteira é um dos principais alvos da força-tarefa, que foi instituída há dois anos com o objetivo de investigar esquema de corrupção na Petrobras para abastecer campanhas eleitorais. O presidente da empresa, Marcelo Obebrecht, foi preso em 2015, condenado a 19 anos e quatro meses de prisão, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa e responde a mais uma ação criminal por corrupção. 




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