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Ventríloquo anima Parque dos Pássaros e Brasil inteiro

Yakko Sideratos, 31, tornou-se conhecido em todo o País por dar fala aos bonecos

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
18/10/2014 | 07:00
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Andrea Iseki/DGABC


Falar sem abrir a boca. Parece impossível, mas não para quem domina a ventriloquia, como Yakko Sideratos, 31 anos, morador do bairro Parque dos Pássaros, em São Bernardo. Com seu inseparável boneco Petráki, ele ficou conhecido em todo o Brasil por sua atuação e participação em diversos programas de televisão. O companheiro é um dos mais de dez bonecos que o ventríloquo possui, sendo um deles uma versão de si mesmo.

O universo artístico sempre atraiu Sideratos. Aos 16 anos, começou a estudar mágica. Dois anos depois, seu professor o convidou para trabalhar na produção de um evento realizado na Capital quando, na ocasião, ele viu um homem encenando com um boneco. À primeira vista, a ação lhe pareceu estranha. “Olhei aquilo e falei: que coisa idiota o cara conversando com o boneco”, lembra. A opinião, no entanto, durou pouco. “Reparei que ele não mexia a boca, aí, achei o máximo.”

No ano de 2006, formado em Artes Cênicas (ele também cursou História), Sideratos trabalhava em um estúdio de dublagem, onde iniciou uma amizade com Marcos Aguena, conhecido como Japa, que integrava o elenco do programa Pânico, exibido, naquela época, pela Rede TV!. Aguena fazia espetáculos de stand up comedy (comédia em pé) e deu ao colega a ideia de ingressar na área. Mas o rapaz queria sair do tradicional. “Vi o vídeo de um americano chamado Jeff Dunham que fazia ventriloquia para adulto e falei: é isso, vou fazer também”, conta.

Começava uma árdua busca para aprender a técnica. “Pedi ao meu professor de mágica o contato de vários ventríloquos para treinar, mas todos haviam falecido. Ele me deu uma apostila e comecei a pesquisar também na internet. Via os vídeos e tentava imitar.”

Sideratos recorda que as primeiras tentativas foram frustradas. “Nos primeiros seis meses, quase desisti. Eu não conseguia conversar comigo mesmo, estava ficando doido e eu olhava no espelho e a minha boca mexia. Fui falar “agora estou bem” quatro anos depois que comecei a treinar. Para fazer o primeiro show, treinei um ano e meio.”

Hoje, no Brasil, só ele e mais uma pessoa fazem shows de stand up interagindo com bonecos. Mesmo com o domínio atual, os treinos ainda são diários. “Existem as letras labiais (M, P e B) e tem que tentar falar sem movimentar o lábio. Existem algumas que são mais para fora, como ‘F’ e ‘Z’, que também são difíceis de falar, por isso, é sempre bom treinar”, considera.

Por dois anos, Sideratos e Petráki animaram a criançada brasileira, ao lado dos palhaços Patati Patatá, em programa matinal do SBT. “Trabalhei como redator, manipulador de bonecos, ator e ventriloquia”, diz ele, concluindo: “No meio artístico sempre tentei fazer alguma coisa e nada ia. Quando achei a ventriloquia, consegui me encontrar.”

Contato com o ventríloquo pode ser feito pela página www.facebook.com/yakkosideratosator.

 

Advogada, moradora defende o bairro

Batalhar pelos interesses coletivos em busca de um lugar cada vez melhor para viver. Foi com esse intuito que Dolores Zacharias Valerio, 52 anos, formada em Administração de Empresas, decidiu cursar Direito.

Moradora do Parque dos Pássaros há 22 anos, ela sempre se engajou em pleitear melhorias para o bairro. “Fazíamos os pedidos, mas não sabíamos para qual órgão direcionar, então, as pessoas que recebiam os pleitos mentiam e nos empurravam de um lado para o outro. Aí, me despertou estudar para defender o bairro e a família que eu estava formando aqui”, conta ela, que iniciou o curso em 1999.

Sempre presente nos trabalhos da SAPP (Sociedade Amigos Parque dos Pássaros) – entidade da qual é a atual presidente –, Dolores foi a responsável por uma das mais importantes conquistas para o local, segundo ela: a instalação, em 2001, dos chamados traffic calming (tráfego calmo), recurso de controle de fluxo de carros que ajuda a evitar que certas vias se tornem rotas de fuga ou o risco de acidentes causados por alta velocidade.

“Outra grande conquista foi em 2011, quando a Prefeitura de São Bernardo modificou o Plano Diretor e praticamente nivelou a cidade entre área comercial, industrial e mista, esquecendo dos bairros estritamente residenciais, caso do Parque dos Pássaros. Por intermédio da nossa associação, chamamos os outros bairros que se enquadram nesse perfil e conseguimos mantê-los”, fala Dolores.

Em conjunto com empresa privada que faz a segurança do bairro, até os cães de estimação são contemplados com melhorias. Em setembro, foi inaugurada uma praça pet, amplo espaço gramado onde os bichinhos podem correr à vontade. “Na praça comum eles acabam defecando, tem o perigo de um cachorro avançar no outro, então, é um espaço para protegê-los e também aos seus donos”, considera Dolores.

Mesmo com o bairro tendo boa estrutura, a atuação de Dolores em defesa da área segue firme. “O que a gente puder pleitear em relação à Prefeitura para continuar com a tranquilidade do local, faremos.”

 

Praças oferecem qualidade de vida

Bairro de alto padrão, o Parque dos Pássaros exala qualidade de vida nas 11 praças espalhadas pela área.

A mais frequentada, a Praça dos Coleirinhas, na Rua das Corruíras, é também a maior de todas – são 23,6 mil m². Nela, passam diariamente dezenas de pessoas que aproveitam o arborizado local para fazer atividades físicas, brincar com as crianças ou, simplesmente, descansar e contemplar o local.

Todos os dias, a cabeleireira Sueli Santos Oliveira, 52 anos, moradora próxima à praça, caminha por lá cerca de uma hora. Ela destaca a tranquilidade do espaço se comparado a outros. “Geralmente nas praças ficam pessoas usando drogas e aqui é bem tranquilo.”

A Praça dos Coleirinhas também atrai pessoas que residem próximas ao bairro, como o aposentado Joaquim Angelo de Castro, do Jardim Brasília. As caminhadas três vezes por semana resultam na vitalidade e disposição que o senhor esbanja, aos 77 anos. “O espaço é bem cuidado, tem vigilância. Traz qualidade de vida tanto para os moradores do bairro como para os vizinhos.”

A criançada também é contemplada na praça, que possui um parquinho com diversos brinquedos, que garantem a diversão. Para quem passeia com animais, os usuários deixam a dica: levar um saquinho para recolher as fezes dos bichinhos para que, assim, todos possam desfrutar do local em harmonia.




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