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Vizinhos reclamam de barulho em ocupação

Área privada no bairro Assunção, em S.Bernardo,
foi invadida pelo MTST há uma semana

Por Bia Moço
Especial para o Diário
09/09/2017 | 07:00
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Nario Barbosa


A ocupação de integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) em terreno particular na Rua João Augusto de Souza, no bairro Assunção, em São Bernardo, tem incomodado vizinhos do entorno, que resumem o transtorno em sentimento de medo. A insegurança com tamanha movimentação tem deixado os moradores das ruas próximas apreensivos, tendo em vista a mudança na rotina do local, até então estritamente residencial e tranquilo.

A equipe do Diário esteve ontem à tarde no bairro e ouviu a população. Por se tratar de um espaço residencial, já existe o pensamento de venda do imóvel, caso a ocupação perdure. O empresário Wagner Roberto Candido, 30 anos, mora de aluguel em prédio próximo à ocupação. “O pessoal daqui está todo apreensivo, ficam muito assustados com o que pode acontecer. Por exemplo, há boatos de que eles terão de desocupar o local, mas dizem que não vão. E aí? Como vai ser isso? As pessoas têm medo do que pode vir.”

Carla Denise Pinheiro, 38 anos, é mulher de Wagner. Mãe de quatro filhos, sendo o mais novo com apenas 6 meses, a supervisora de vendas relata como está sendo os últimos dias: “Não sei o que eles são capazes de fazer, isso assusta. Tem a questão do barulho também. Eles fazem gritos de guerra, cantam, batem martelo. Depois, na hora do almoço, gritam, fazem a organização da fila. A gente consegue ouvir bem. Ficam aí das 6h até as 19h. Isso acaba incomodando os vizinhos, principalmente de manhã”.

A ocupação completa uma semana hoje, com a presença de aproximadamente 3.500 famílias, conforme a liderança do movimento. Embora haja decisão da Justiça que autoriza a reintegração de posse no terreno pertencente à MZM, a data da ação ainda não foi definida pela Polícia Militar. Organizadores do movimento disseram ainda que advogados que compactuam com a causa já entraram com pedido de recurso da determinação.

Nós sabemos da liminar e continuamos com o movimento. Esperamos conseguir uma interlocução para sentar e dialogar. Enquanto não tiver nada certo, nós não vamos sair”, reforça Andreia Barbosa da Silva, 34 anos, uma das coordenadoras do MTST.

Aumenta procura por autorização no pós-balsa

O apoio dos moradores da região do pós-balsa às medidas adotadas pela Prefeitura de São Bernardo pela preservação ambiental e combate à invasão de novas moradias irregulares pôde ser comprovado a partir do aumento das solicitações de licença ambiental para reparos e demais serviços de reforma em suas residências.

Levantamento mensal apresentado pelo Serviço Atende Bem (antiga Rede Fácil), localizado no Riacho Grande, aponta atendimento técnico para 45 pessoas entre os dias 31 de julho e 30 de agosto. O número corresponde a quase duas pessoas por dia. O documento em questão é chamado de termo de conformidade ambiental.

Na semana passada, a Prefeitura iniciou plano de restrição à comercialização de materiais de construção nos bairros. A medida é um pedido do Ministério Público da cidade, que vê crescimento desenfreado das ocupações irregulares no manancial. Ou seja, o transporte de caminhões, levando alimentos e demais produtos, está permitido. A restrição é apenas para o transporte de materiais de construção, que somente poderão transitar portando licença ambiental.




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