Depois da construção civil e da indústria automobilística, novos setores, como o publicitário, o químico e o de transportes, foram atingidos pela crise econômica na Europa, e tudo leva a crer que a lista de vítimas vá aumentar nos próximos meses.
As dificuldades do setor automobilístico, que se aprofundaram nos últimos meses com planos de demissões e de redução da produção, estão gerando conseqüências nos fabricantes de autopeças, assim como nos setores químico e siderúrgico, ligados às montadoras.
Na semana passada, a gigante química alemã Basf anunciou uma paralisação temporária em 80 fábricas, medida que afetará 20 mil funcionários. No final do ano, a francesa Rhodia vai cortar em 40% a produção em suas três fábricas da França, segundo os sindicatos.
Suas concorrentes poderão ficar na mesma situação. O conselho europeu de indústrias do setor, o Cefic, prevê uma contração da produção química (exceto no setor farmacêutico) de 1,3%, em 2009.
Segundo o banco de negócios norte-americano JPMorgan, os grupos siderúrgicos terão resultados "em queda de 43% em 2009" na Europa. A líder mundial do setor, ArcelorMittal, anunciou no começo de novembro uma redução de 35% em sua produção no último trimestre de 2008.
"Cada setor sente a desaceleração, porque todos os âmbitos da Economia estão interconectados", constata Jörg Krämer, economista do Commerzbank. Mais além dos adiamentos de projetos de investimentos, as dificuldades de tesouraria vão se multiplicar, o que provocará muitas quebras", adverte o último estudo da líder mundial de seguros de crédito Euler Hermes, membro do grupo alemão Allianz.
No terceiro trimestre de 2008, a Zona Euro entrou em recessão pela primeira vez desde sua criação em 1999. Na quarta-feira, a Comissão Européia apresentará suas propostas para um plano de estímulo à UE, para o qual o presidente francês, Nicolas Sarkozy, buscará na segunda-feira o apoio da chanceler alemã, Angela Merkel, que se mostra reticente no momento.
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