A poupança perdeu recursos em abril pela primeira vez desde agosto de 2006. Dados do BC (Banco Central) divulgados ontem mostram que saques superaram depósitos em R$ 1,848 bilhão no mês passado.

Especialistas afirmam que os bancos têm oferecido produtos diferenciados aos clientes e que os depósitos que iriam para a poupança têm migrado para os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários).

Após 19 meses de captação líquida positiva, o total depositado nas cadernetas diminuiu e a poupança encerrou o mês passado com R$ 242 bilhões. A queda foi gerada porque o volume de depósitos, de R$ 103,8 bilhões, foi insuficiente para fazer frente aos saques, que somaram R$ 105,7 bilhões. Analistas afirmam que essa perda de fôlego acontece porque bancos têm incentivado investimentos nos CDBs.

Com taxas de juros mais competitivas que a poupança e sem as taxas de administração dos fundos de investimento, a alternativa tem caído no gosto dos clientes. Essa promoção dos CDBs tem ocorrido porque os grandes bancos precisam cada vez mais de dinheiro para continuar atendendo à forte demanda por crédito. E, se comparado à poupança, o CDBs é mais vantajoso para as instituições financeiras.

Isso porque de cada R$ 100 aplicados na poupança, os bancos podem emprestar livremente apenas R$ 5, já que R$ 65 têm de ser destinados aos financiamentos habitacionais e R$ 30 são recolhidos junto ao BC. No caso de um CDB de R$ 100, a instituição pode emprestar R$ 70 porque só incide compulsório de R$ 30.