Neste ano, o Grande ABC não será palco das principais atrações do 1º de maio, quando é comemorado o Dia do Trabalhador. Os sindicatos instalados na região optaram por se unir às suas centrais sindicais na realização de atos em São Paulo. Até o momento, a única prefeitura que confirmou alguma atração para a data é a de Diadema, mas ainda sem detalhes e sem vínculo com o sindicalismo.

Vale lembrar que, no ano passado, as discussões trabalhistas no único evento realizado na região, em São Bernardo, ficaram em segundo plano, já que o público (cerca de 70 mil pessoas) deixou claro que foi ao evento só com o intuito de assistir aos shows.

O investimento do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, responsável por promover a tradicional festa no Paço Municipal de São Bernardo, na ocasião, foi de R$ 850 mil. O sindicato afirmou que neste ano não fará evento à parte, mas sem justificar o porquê. “Acredito que a ideia seja de unificar o ato. Não entrei em detalhes com o pessoal do sindicato ainda, mas a informação que tenho é a de que eles irão se juntar a nós”, conta o presidente estadual da CUT (Central Única dos Trabalhadores) Adi dos Santos Lima. O Sindicato dos Químicos do ABC também deve ir à Capital comemorar a data com a central.

A festa da CUT está programada para acontecer no Vale do Anhangabaú, região central paulistana. Outras centrais como a UGT, a CSB e a CTB também estarão presentes. O presidente estadual explica que, neste ano, o tema a ser discutido com os trabalhadores é a comunicação. “Buscamos a democratização dos meios (de comunicação).”

A Força Sindical já planeja o evento realizado tradicionalmente na Praça Campo de Bagatelle, em Santana, na Zona Norte, das 7h às 16h. Participarão o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Sindicato dos Empregados do Comércio de Santo André, Sindicato dos Hoteleiros de Santo André, Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano e o Sindicato dos Edifícios e Condomínios do ABCD e Região.

De acordo com a Força, entre as principais bandeiras de luta estão a política de valorização do salário-mínimo (atuais R$ 724); correção da tabela do Imposto de Renda; pagamento das perdas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); redução de jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais; política de valorização dos aposentados; igualdade entre homens e mulheres; regulamentação da Convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata da negociação coletiva dos servidores públicos, entre outras.

HISTÓRIA - De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 1895 ocorreu a primeira comemoração do Dia do Trabalhador no Brasil, em Santos, no Litoral. Mas foi só em 1979 que 120 mil trabalhadores se reuniram no Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo, pedindo a redemocratização do País.

Os shows e eventos culturais se fundiram, de forma mais concreta, a partir dos anos 2000. Em 2009, as cidades responsáveis pelas grandes festas da região eram Santo André e São Bernardo. No entanto, desde 2012 a cidade andreense não promoveu mais comemorações.