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Empresas voltam da China com economia de 30%
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/05/2010 | 07:03
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Empresários do Grande ABC que visitaram a China para conhecer a Feira de Cantão no mês passado, geraram negócios com economia de até 30%. A comitiva, organizada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Caetano, também não perdeu tempo, apresentando a cidade para sediar operações no Brasil.

O resultado foi positivo. Segundo o secretário da Pasta, Celso Amâncio, três empresas chinesas demonstraram interesse em instalar escritórios na região, a fim de fazer ponte de possíveis negociações entre os dois países. "Os empresários, interessados nos segmentos de máquinas agrícolas e tecnologia e inovação vêm conhecer a cidade em julho", afirma.

Amâncio diz que o maior interesse dos chineses está na compra de vinho, café e chocolate - os dois últimos com oferta na região. "Uma característica deles é não fechar negócio na hora. Primeiro fazem contato, depois visitam o local e então decidem o que fazer."

A Feira de Cantão, que reúne 55 mil expositores do mundo todo com 150 mil produtos distribuídos em uma área de 1,3 milhão de metros quadrados - o equivalente a 11 Anhembis -, ofereceu larga gama de fornecedores aos empresários do Grande ABC.

NEGÓCIO DA CHINA
Decidido a ampliar o ramo de atuação de seu negócio em São Caetano por conta dos efeitos da crise econômica e da consequente desoneração de impostos, Paulo Fernando Mendonça, proprietário da Qualycar, loja de compra e venda de veículos usados, aproveitou a missão para consolidar seu projeto. "Já estava pensando em trazer quadriciclos para vender na loja, pois com a crise, os carros usados ficaram muito desvalorizados. Chegando lá, conheci outros fabricantes, com variedade maior do que as que eu já havia contatado", explica.

O preço médio de comercialização da ‘moto de quatro rodas' no mercado é de R$ 30 mil. Mendonça conseguiu na China para vender aqui por R$ 12 mil. Menos da metade do valor. O produto, segundo o empresário, não possui fabricação nacional. "Fiz compra piloto de 70 unidades de cinco diferentes modelos. No Grande ABC não tem quem venda quadriciclo, geralmente os interessados compram em São Paulo". O produto será de marca própria, que poderá se chamar Quadrycar.

Se a iniciativa der certo, Mendonça pensa em abrir mais seu leque de opções de vendas. "Contatamos fabricantes de outras áreas na feira, que podem se tornar futuros fornecedores", revela.

CUSTO DE PRODUÇÃO
Alexandre Paoleschi, diretor-executivo da Konics, empresa sãocaetanense de tecnologia da informação, estava procurando empresa para fabricar dispositivo eletrônico utilizado no ramo automotivo. "O custo de produção no Brasil é inviável. E mesmo os que são comercializados na rua Santa Ifigênia (centro de São Paulo) são muito mais caros, sendo vendidos por R$ 45 só o circuito impresso, e R$ 60 embalado", desabafa.

Indo à China, encontrou quem comprasse sua ideia e vendesse por US$ 8, o equivalente a R$ 15 já embalado. "Fiz um produto exclusivo, que já tem patente no Brasil e agora vou patentear na China", conta.

A economia, de 30% no custo de fabricação, é gerada por conta da baixa carga tributária chinesa e da inexistência do regime de trabalho com carteira assinada no País.

Paoleschi encomendou três milhões de unidades, que requerem investimento de R$ 40 milhões. Na revenda, o faturamento deve atingir R$ 60 milhões, estima o empresário.




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