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Kajuru prova que a irreverência funciona
Por Renata Petrocelli
Da TV Press
08/05/2003 | 20:12
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Pouco antes de assumir as duas edições diárias do Esporte Total, na Band, Jorge Kajuru diz ter alertado o presidente da emissora, João Carlos Saad, sobre a bobagem que ele estaria fazendo. O erro estratégico em questão era colocá-lo no comando do programa, em substituição à bela Ana Luiza Castro. Comparou, na época: “Quantas pessoas não ligam a TV para ver o rosto dela? Alguém ligará para ver o meu rosto?”. Prova de que a irreverência, marca indefectível de Kajuru, não poupa nem a ele mesmo. E não desagrada aos telespectadores. Se a estampa não é das melhores, o estilo fez a audiência subir de 3 para 5 pontos logo na primeira semana. “As pessoas ligam para ver minha opinião, meu jeito de falar de futebol”, afirma.

Kajuru não abre mão dessa marca irreverente e sem papas na língua. Suas opiniões já levaram o cartola do Vasco da Gama, Eurico Miranda, a proibir a entrada da equipe da emissora no clube. E costumam lhe render inúmeros processos na Justiça. Mas ele não desiste de dizer o que pensa. “Gasto cerca de R$ 10 mil por mês em advogados”, diz, sem qualquer sinal de lamentação. Entre preparar as duas edições do Esporte Total e administrar os desafetos, Kajuru ainda encontra tempo para formatar o projeto de Tela Total, dominical que comandará ao lado de José Luiz Datena, previsto para estrear em junho na Band.

TV PRESS - O que você acha que acrescentou ao Esporte Total com seu estilo?

JORGE KAJURU- Participo muito da elaboração do programa, para compensar minhas deficiências. Como apresentador, me acho péssimo. Disse para o Saad manter a Ana Luiza como apresentadora e me deixar como comentarista do programa. Ela é muito melhor apresentadora que eu. E é bonita. O que sei fazer é falar de futebol.

TV PRESS - Você se sente envolvido na guerra pela audiência?

KAJURU - Sou radicalmente contra a luta desesperadora atrás dos números de Ibope. Aqui, felizmente, a preocupação maior é com a qualidade. Meu programa é nacional. Não posso ficar falando só de São Paulo, que é onde acontece a medição do Ibope. A Record passa o programa inteiro falando do futebol de São Paulo. Acho isso um desrespeito com o torcedor brasileiro. Se é para fazer um programa sobre São Paulo, que não se faça um programa nacional! Na Rede TV!, falei no ar, no Bola na Rede: “Se eu fosse vocês, não assistia a este programa, porque só fala do futebol de São Paulo”.

TV PRESS - Alguma vez a emissora já o repreendeu por um comentário no programa?

KAJURU - Nunca me senti censurado, mas me sinto sempre alertado. Às vezes, acabo o programa e ouço: “Olha, cuidado com o que está falando...”. Não posso me iludir. A imprensa brasileira é assim.

TV PRESS - Você já teve a sensação de ter pegado pesado com alguém?

KAJURU - Cometi uma injustiça com o Paulo Betti, no episódio em que ele procurou o Fernando Henrique para falar do filme dele. Acreditei no que li no jornal e bati nele de uma forma que não achei justa. Fiquei sentido com aquilo, mas reconheci o erro publicamente. Adoro reconhecer erros publicamente. Já pedi desculpas centenas de vezes na TV.




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