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Banco cobra após encerrada conta
Por Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
10/05/2005 | 11:27
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Quase um ano após ser demitida de uma empresa de São Bernardo e, conseqüentemente, ter a conta-salário encerrada, a técnica de enfermagem Margarete Klanser Alfani, 44 anos, teve uma surpresa desagradável em janeiro último: uma correspondência do Unibanco informava que ela tinha uma dívida de R$ 200. Margarete continua desempregada e o salário do marido é de R$ 880 – para pagar aluguel de R$ 440 e sustentar a família de três pessoas. Por esse motivo, diz ter pedido ao banco um prazo para levantar essa quantia em dinheiro.

Em abril, com boa parte dos R$ 200 em mãos, ela voltou à agência, mas em vez de dar fim ao problema teve outro choque. A dívida tinha aumentado de R$ 200 para R$ 450 e o banco exigiu pagamento imediato para que seu nome fosse retirado do Serasa (Centralização de Serviços de Bancos). “Não tinha alternativa e o banco então sugeriu que eu fizesse um empréstimo e pagasse o valor em 24 parcelas de R$ 29.”

Apesar do acordo, a técnica de enfermagem deve procurar uma unidade do Procon para buscar explicações que não conseguiu junto aos funcionários da agência bancária onde manteve a conta por quatro meses enquanto esteve empregada. Margarete questiona como o banco continuou cobrando taxas de uma conta que seria encerrada automaticamente e como o valor inicial de R$ 200 dobrou em três meses.

Quando foi demitida, Margarete conta que procurou o banco para encerrar a conta e que foi informada pelos atendentes que o fechamento seria automático por se tratar de uma conta-salário. “Eu não tinha cheque ou outras operações pendentes.”

A diretora de atendimento da Fundação Procon-SP, Daniela Glinternik, diz que a consumidora tem o direito de obter as informações que pleiteia. “Ela deve pedir a evolução da dívida e o detalhamento dos valores. Se o banco se recusar a informar pode pleitear via Juizado Especial Cível porque se trata de falta de clareza.” A negativa deve ser registrada no Procon de São Bernardo, onde mora.

Outra orientação da advogada é que a atendente de enfermagem procure testemunhas que possam afirmar a informação da instituição financeira de que o encerramento da conta ocorreria automaticamente. “Se ela conseguir a comprovação diante da Justiça, sequer terá de pagar o montante que está sendo cobrado.” Daniela diz que é fundamental que a consumidora exija documento por escrito sobre o fechamento da conta para evitar mais dores de cabeça. Procurado pelo Diário, o Unibanco não se manifestou sobre a queixa feita pela consumidora.



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