Setecidades Titulo São Bernardo
Laudo sobre explosão
sai no mês que vem

IC ainda não finalizou documento sobre
as causas do acidente na academia TEM

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
31/10/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Mais de cinco meses depois da explosão que matou duas pessoas na unidade da academia Tem Esportes do bairro Pauliceia, em São Bernardo, o IC (Instituto de Criminalística) ainda não possui conclusões sobre as causas do acidente. A previsão é que o laudo pericial seja finalizado apenas em novembro. Além dos dois mortos, a tragédia, ocorrida no dia 17 de maio, provocou ferimentos em outras 19 vítimas.

A Superintendência da Polícia Técnico-Científica explica que “o tempo para a expedição de laudos varia de acordo com a complexidade do caso”. O órgão acrescenta que a apuração desta ocorrência depende de outros exames. “Estão sendo analisadas as plantas do local em busca da origem e das causas que resultaram nos danos”, informa. A SSP (Secretaria da Segurança Pública), Pasta a qual o IC é subordinado, diz apenas que o laudo ficará pronto em novembro, sem fixar data.

Sem a apresentação das análises periciais, o inquérito policial não pode ser concluído e remetido ao Judiciário. O boletim de ocorrência, registrado no 5º DP (Pauliceia) de São Bernardo, possui as naturezas de incolumidade pública e explosão culposa resultante em lesão corporal e morte.

No mesmo mês do acidente, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) instaurou inquérito civil para apurar as causas da tragédia. A assessoria de imprensa da Promotoria foi procurada pelo Diário ao longo de toda a semana, mas não informou sobre o andamento do processo. Também não respondeu se há inquérito criminal em andamento.

A explosão ocorreu após vazamento do gás que era utilizado como combustível para o aquecimento das piscinas. O que está sendo investigado é o que provocou o vazamento: se houve falha nos equipamentos fornecidos pela empresa Consigaz ou negligência na manutenção dos materiais por parte de funcionários da academia.

O acidente provocou a morte da professora de natação Helne Boriczeski Alves, 26 anos, e do torneiro mecânico Marcos Aparecido Pardim, 50. Ambos morreram imediatamente em razão de hemorragias internas. Pardim era vizinho da academia e, segundo testemunhas, foi atingido pelos escombros enquanto estendia roupas no varal de sua casa, que era encostada na parede dos fundos do centro esportivo.

Já Helne era funcionária do local havia pouco mais de um mês. Antes da tragédia, ela morava na cidade de Rio Claro, no Interior.

Família de vítima move ação contra Tem

Familiares do torneiro mecânico Marcos Aparecido Pardim, 50 anos, entraram com ação por danos morais contra a academia Tem Esportes. O processo, movido pela filha de Pardim, Camila Regiane Pardim, pleiteia indenização no valor de R$ 253,4 mil. Ele morreu após ser atingido por escombros decorrentes da explosão enquanto estendia roupas no varal de sua casa, localizada atrás do centro esportivo.

O cunhado de Pardim, o agente policial Norivaldo Benedito da Silva, 59, diz que a família também reivindica a demolição do imóvel. “As casas estão comprometidas. A academia quer reformar, mas não tem condição. Ou então eles que comprem o terreno e nos paguem.” Silva reconhece, porém, que as pessoas que moravam na casa de Pardim estão vivendo em apartamentos cujo aluguel é bancado pela direção do estabelecimento.

O advogado da Tem Esportes, Roberto Leonessa, diz que os proprietários ainda estão em fase de negociações com as pessoas que, de alguma forma, foram afetadas pelo acidente. “Existe divergência de avaliação sobre reforma ou demolição. Foi contratado perito para fazer laudo sobre isso. Deve ficar pronto em 30 dias”, comenta. Ele assegura que, de 100% dos problemas que aconteceram, 95% estão resolvidos.” 




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