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Governo estuda incentivar parcerias para exportação
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01/05/2004 | 00:05
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O governo deverá incentivar parcerias entre pequenas empresas que querem ter acesso a novas tecnologias no exterior a um custo menor. Os Ministérios da Indústria e Comércio e da Fazenda já estudam fórmulas de eliminar entraves burocráticos que dificultam a união dessas companhias. Segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), empresas que seguem esse caminho têm 16% mais chances de exportar, além de empregarem trabalhadores mais qualificados, investirem em treinamento da mão-de-obra e pagarem maiores salários.

De acordo com o Ipea, empresas que se internacionalizam pagam, em média, R$ 1.200 por mês aos empregados; as que não estão nessa categoria, R$ 500. Por isso, o Ipea recomenda que a política industrial do governo dê atenção especial e estimule a internacionalização de companhias instaladas no país como forma de buscar lá fora informações e conhecimento tecnológico que assegurem maior produtividade e competitividade aos produtos brasileiros.

No caso específico das pequenas empresas, que tradicionalmente têm maior dificuldade de acesso ao mercado internacional, uma alternativa é justamente a realização de parcerias. Assim, um grupo de pequenos empresários pode, por exemplo, montar uma subsidiária comum no exterior com o objetivo de buscar as informações necessárias. 'O estudo comprova que as firmas que se organizam em cooperativas com esse objetivo são as que mais inovam', destaca João Alberto De Negri, diretor-adjunto de Estudos Setoriais do Ipea, um dos autores do trabalho Inovação via internacionalização faz bem para as exportações brasileiras.

  O problema, destaca Mario Sergio Salermo, diretor de Estudos Setoriais do Ipea, também autor do estudo, é que existem restrições para que essas cooperativas tenham, por exemplo, acesso a financiamentos. 'O Ministério da Indústria e Comércio já está avaliando esses gargalos para ver se há como fazer mudanças na legislação', afirmou. Além disso, há um estudo em conjunto com o Ministério da Fazenda para reduzir o processo burocrático para se abrir e fechar uma empresa hoje no Brasil.

  'Pode parecer pouco mas isso ajudará muito o setor produtivo no país', afirma o presidente do Ipea, Glauco Arbix, que também assina o trabalho. Segundo ele, o Brasil nunca esteve tão perto de dar um salto de qualidade no processo de inovação tecnológica. Ele ressalta que se, no início dos anos 90, o Brasil tivesse avançado nessa área, o país não teria registrado déficits expressivos na cadeia de eletroeletrônicos. 'Esse é, sem dúvida, o caminho. Se não seremos condenados a exportar grãos para o resto da vida."




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