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Região está crítica em três de cinco critérios do Plano São Paulo

Sete cidades correm o risco de retroceder ao menos uma fase em razão do avanço da Covid

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
20/11/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


No dia 30 de novembro, o Grande ABC corre o risco de retroceder pelo menos uma etapa do Plano São Paulo, que determina a flexibilização da quarentena de acordo com o controle da pandemia do novo coronavírus no Estado. Atualmente, as sete cidades, juntamente com os demais municípios da Grande São Paulo, estão na Fase 4 (verde), a última antes do novo normal. Contudo, a região está com índices críticos em três de cinco critérios analisados pelo governo estadual, o que pode resultar no retrocesso de pelo menos uma fase na próxima atualização.

Comparando a quantidade de casos confirmados nos últimos 28 dias com o período imediatamente anterior, o Grande ABC atinge a pontuação 1,12, admissível na Fase 3 (amarela). No mesmo período, as mortes de Covid-19 confirmadas tiveram a pontuação de 0,88, que também se enquadra na terceira etapa no plano estadual. Em relação às internações de pacientes com a enfermidade, considerando as últimas duas semanas com os 14 dias anteriores, o índice foi de 1,04, valor aceitável na Fase 2 (laranja) – veja mais ao lado.

Únicos critérios em que a região atende aos requisitos da fase verde são a ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusivos para o tratamento de pacientes com a Covid, que está em 46,2%, e o número de leitos de UTI a cada 100 mil habitantes, atualmente em 28,8.

A reclassificação era esperada para segunda-feira. Entretanto, o governo do Estado postergou para o dia 30, um dia após o segundo turno das eleições municipais. A justificativa foi a de que instabilidades ocorridas nas últimas duas semanas nos sistemas do Ministério da Saúde poderiam comprometer a veracidade dos números, prejudicando o avanço ou retrocesso de cidades no Plano São Paulo.

No início da pandemia as análises eram semanais, podendo avançar de fase após duas semanas na mesma etapa. Desde outubro, o procedimento passou a ser mensal. Porém, a escalada dos casos e das internações nas últimas semanas fez a administração anunciar que as reclassificações serão realizadas quinzenalmente.

Atualmente, todos os setores da economia, inclusive teatros e cinemas, estão autorizados a funcionar no Grande ABC desde que adotem medidas de prevenção ao coronavírus, como o distanciamento, o uso de máscara e protocolos de higiene. Se as sete cidades voltarem para a Fase 3 (amarela), haverá redução na capacidade de atendimento dos estabelecimentos, de 60% para 40%, e do horário de funcionamento, limitado a oito horas.

Caso a região retroceda para a Fase 2 (laranja), considerada etapa de controle, a capacidade máxima dos estabelecimentos será de 20% e o horário de funcionamento será de no máximo quatro horas por dia. Além disso, a fase proíbe que restaurantes, bares e similares atendam para o consumo local, podendo funcionar apenas por delivery ou drive-thru. Salões de beleza, barbearias, academias e atividades culturais também são vetadas.

Conforme o Diário tem publicado desde a última semana, o Grande ABC está assistindo a alta nos casos e nas mortes causadas pelo coronavírus. Especialistas avaliam que o relaxamento da população, que voltou a se aglomerar e está descuidando das medidas preventivas, é causa do pico, que ainda não consolida segunda onda da infecção. Aliás, os médicos alertaram para o possível aumento na demanda de hospitais, que podem voltar a ficar congestionados. 

MÉDIA DIÁRIA

O Grande ABC registrou ontem 16 mortes e 497 casos em razão da Covid. Com isso, já são 2.309 novos contaminados e 52 falecimentos apenas nos cinco dias desta semana. A média diária é de 461,8 infecções e é a maior desde agosto, quando a região ainda vivia o pico da pandemia. Em relação aos óbitos, são dez em média por dia, a maior desde o fim de setembro. No total, são 78.878 pessoas contaminadas e 2.919 mortes confirmadas. Como comparação, apenas em cinco dias, os números dos boletins epidemiológicos enviados pelas prefeituras nesta semana já são bem superiores aos registrados nos sete dias da semana passada, quando morreram 46 pessoas e foram computadas 2.133 contaminações pelo novo coronavírus.

São Bernardo, que na quarta-feira ultrapassou a barreira das 1.000 mortes, chegando a 1.003, informou mais quatro perdas ontem, totalizando 1.007 desde o início da pandemia. A cidade ainda acumula 32.608 infectados. Na sequência estão Santo André (667 óbitos e 22.215 contaminados), Diadema (491 perdas e 10.391 infectados), Mauá (374 baixas e 6.810 positivos), São Caetano (254 mortes e 4.706 infectados), Ribeirão Pires (99 falecimentos e 1.505 casos) e Rio Grande da Serra (27 perdas e 643 contaminados). No total, são 67.685 recuperados.

No Estado de São Paulo foram mais 147 mortes e 6.794 casos confirmados ontem, com isso, os totais subiram para 41.074 óbitos e 1.191.290 infectados. Entre os diagnosticados, 1.076.073 pessoas estão recuperadas da doença, sendo que 128.964 foram internadas e tiveram alta hospitalar. As taxas de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) são de 49,7% na Grande São Paulo e 43,5% no Estado. O número de pacientes internados é de 8.470, sendo 4.897 em enfermaria e 3.573 em terapia intensiva.

No Brasil, a pandemia já provocou a infecção de 5.981.767 pessoas, sendo 35.918 em 24 horas. Além disso, são 168.061 mortes, com 606 informadas ontem. Já são 5.407.498 pessoas recuperadas da doença.

(Anderson Fattori com Agências)




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