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Empresas investem em testes de Covid-19

Companhias contratam laboratórios particulares e submetem funcionários aos exames

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
01/06/2020 | 07:00
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Pixabay


  quarentena imposta pelo governo do Estado em razão da pandemia do novo coronavírus já ultrapassou dois meses da implantação, em 24 de março e, desde então, apenas os serviços essenciais têm permissão para se manter em atividade. Consequentemente, trabalhadores destes setores tiveram de permanecer em exercício nas funções e não necessariamente em home office. Desta maneira, empresas e empresários tiveram de tomar atitudes para proteger tanto os empregados quanto o funcionamento dos negócios.

Sem previsões dos governos federal, estadual e municipal para testagem em massa de toda a população – apenas alguns segmentos estão sendo examinados, de acordo com escalonamento prioritário –, a alternativa foi investir na contratação de laboratórios para irem às companhias e testarem todos os funcionários.

Foi a medida tomada por Thiago Iuga, CEO do Grupo Golden Sat, empresa de segurança de cargas. Considerada atividade fundamental, não paralisou o funcionamento. Aproximadamente 220 testes foram realizados tanto na sede, em Santo André, quanto nas filiais da companhia, em investimento de aproximadamente R$ 66 mil. Não houve nenhum caso confirmado de Covid-19. “Valeu muito a pena. Quando tomada a decisão deste investimento foi buscando essa tranquilidade, esse apoio à vida. Quando fundei o grupo, há 16 anos, sempre sonhei constituir família de colaboradores. E de familiares se cuida. Então a atitude dessas não tem preço”, contou ele. “Todos estão saudáveis e muito agradecidos de poderem ter essa tranquilidade, porque já estava ocasionando problemas na produção e na concentração. Se dependêssemos de ação governamental para medida semelhante, poderíamos expor todos a risco e levaria tempo. Existe deficiência no serviço (público), apesar de toda mobilidade e esforços do governo.”

Prática similar foi adotada pela Carboroil, distribuidora de óleo diesel que fica na Vila Carioca, Capital, na divisa com São Caetano. No dia 7, os 83 funcionários foram submetidos aos testes e cinco foram positivados. “Ou seja, 6% do total. Então só daí já valeu (o investimento, de aproximadamente R$ 22 mil), porque se estes continuassem trabalhando a chance de alastrar seria imensa”, explicou o gerente da empresa, Justino Di Lullo. O quinteto foi liberado para respeitar o período de isolamento em casa e, antes de regressarem às obrigações, a empresa refez o exame nos profissionais, dia 26. Desta vez, todos negativaram.

“Medida, em nosso entender, essencial, porque além de prezar pela saúde, estamos estrategicamente nos precavendo de não alastrar o vírus. Foi prezando pela saúde de todos, mas pedida de prevenção e continuidade do trabalho. Para a gente foi satisfação deixar todo mundo tranquilizado, porque quem está trabalhando hoje são os heróis, que estão tentando deixar funcionando, entregando em locais de importância. Ficaram satisfeitos”, afirmou Justino.

Segundo o diretor do Laboratório Genoa, Luiz Fernando Câmara Lopes, a demanda de empresas pelo serviço é crescente. O que, de determinada forma, salvou o setor. “O mercado de diagnósticos teve queda muito grande no movimento, para menos de 10%, atendendo movimento emergencial.”

Na Golden Sat, Thiago planeja refazer a testagem nos funcionários em junho. Já a Carboroil vem realizando a medição de temperatura em todos os colaboradores assim que chegam, diariamente, como método de controle.




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