O deputado Robson Tuma disse que usou o Parágrafo 2.º, Art. 4.º da Lei 1.579, de 1952, que regulamenta as CPIs, para ordenar a prisao dos ex-seguranças. O advogado da família Farias José Fragoso Cavalcante, disse que os integrantes da CPI "rasgaram a Constituiçao Federal" ao ordenarem a prisao de seus clientes, "que tinham o direito de permanecerem calados, porque já estao indiciados". O deputado Tuma disse que um dos seguranças, o cabo Reinaldo, seria ouvido também sobre denúncia por roubo de carga. "Quem se envolve com roubo de carga, se envolve com o narcotráfico", afirmou Tuma.
Ainda de madrugada, a CPI ouviu o jornalista Roberto Baía, que trabalha para o jornal Tribuna de Alagoas, de propriedade da família Farias. Ele é acusado de tentar subornar o delegado Antônio Carlos Lessa, para livrar o deputado Augusto Farias de ser indiciado na morte do irmao, PC Farias. O jornalista negou a tentativa de suborno e disse que em nenhum momento o deputado lhe pediu para conversar com o delegado. O depoimento dele nao convenceu a CPI. Para o deputado Padre Roque (PT), "o jornalista foi usado para tentar livrar a cara do chefe".
Em audiência reservada, o advogado Eduardo Amaral, filho do ex-secretário e Segurança Pública de Alagoas, coronel José de Azevedo Amaral, negou ter dito ao ex-governador Geraldo Bulhoes que o legista Fortunato Badan Palhares tenha recebido R$ 400 mil para forjar o laudo sobre as mortes de PC Farias e Suzana. "Quero que ele prove que eu disse isso", afirmou Amaral, referindo-se a Bulhoes. Amaral também teve de dar explicaçoes sobre a transferência irregular de um preso da Delegacia Regional de Arapiraca para Maceió, sem ordem judicial. O preso era Severino José da Silva, condenado por roubo de cargas.
Os integrantes da CPI concluíram os trabalhos por volta das 2 horas da madrugada deste sábado e ficaram de voltar a Maceió em fevereiro. Para Tuma, o trabalho foi bastante proveitoso, porque a CPI conseguiu muitos documentos sobre o envolvimento de políticos e empresários com o crime organizado em Alagoas. Sobre o caso PC, ele disse que a versao de crime passional nao deve ser verdadeira. "Há muitas contradiçoes nos depoimentos dos empregados que estavam na casa no dia do crime."
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