Santista de nascimento e andreense por opção, Karen Jonz acaba de ser coroada tetracampeã mundial de skate vertical. Desacreditada, a atleta soube da conquista depois de consultar o ranking da World Cup Skateboarding, onde viu seu nome na primeira posição da lista. Ela já havia vencido a competição em 2005, 2008 e 2013.

“Entrei no site apenas para consultar o ranking, mas sem muita esperança porque venci a etapa do Texas, mas não participei da do Colorado (ambas nos Estados Unidos). Na semana passada uma australiana (Poppy Olsen) postou foto dizendo que era a campeã, mas me parece que uma nota dela acabou sendo descartada e eu fiquei com o título”, explica Karen. “Fiquei muito surpresa com o resultado e estou feliz demais com mais essa conquista.”

Karen nasceu em Santos e veio para Santo André aos 5 anos. Começou a andar de skate apenas aos 16 e de lá para cá passou a encantar o mundo com suas manobras radicais, que influenciam meninas até hoje. “É muito bom vencer essas competições importantes para aparecer na mídia e incentivar as garotas que queiram entrar para a modalidade”, ressalta a skatista, 29 anos, que além de atleta é estilista, cantora, designer e escritora.

Apesar de passar boa parte da vida em Santo André, a skatista tem tido de viajar para longe para conseguir praticar a modalidade. Segundo ela, não há pistas em boas condições no Grande ABC. “Em São Bernardo (no Parque da Juventude), que era a melhorzinha, está muito ruim, não dá para usar. Tenho tido de viajar para o interior de São Paulo ou para o Rio de Janeiro para conseguir treinar. Vou pelo menos três vezes por ano para os Estados Unidos para andar nas melhores pistas do mundo e me acostumar com o ambiente de competição”, diz a skatista, que namora o vocalista do grupo musical Fresno, Lucas Silveira, e por isso passa muito tempo em São Paulo, onde ensaia as músicas da banda que formaram, a Vaconaut & The Apple Monster.

Há dois anos, Karen comprou uma lona para cobrir o half pipe do Parque da Juventude, para que o local não sofresse com a ação do tempo. O objeto, porém, praticamente não foi usado pelos administradores, que alegaram dificuldade na logística para cobrir o equipamento. Com isso, há mais de um ano a pista foi interditada pelo aparecimento de fungos e apodrecimento das madeiras e da estrutura metálica. A Prefeitura não se pronunciou sobre as críticas da skatista.