O primeiro-ministro paquistanês, Shaukat Aziz, e o secretário-geral da Otan (organiza;’ao do Tratado do Atlântico Norte), Jaap de Hooop Scheffer, afirmaram nesta terça-feira em Bruxelas ter posições idênticas sobre o Afeganistão. Ambos querem tranqüilizar a situação entre Islamabad e a Aliança Atlântica.

Aziz e Scheffer foram recebidos pelos embaixadores dos 26 países membros da organização. O primeiro-ministro sustentou que "o Paquistão e Otan têm interesses estratégicos idênticos", enumerando as muitas contribuições de seu país à "luta contra o terrorismo", segundo o texto publicado de sua intervenção.

Nas últimas semanas, o Paquistão foi acusado insistentemente por países aliados, sobretudo pelos Estados Unidos, de não se empenhar o suficiente para impedir as sangrentas incursões dos talibãs no Afeganistão a partir de seu território.

Diante da imprensa, o premier paquistanês admitiu que seu país podia "se empenhar mais", mas ressaltou também que "todo o mundo poderia fazer mais", lembrando o crescimento da produção de droga no Afeganistão.

"Um Afeganistão estável é do interesse do Paquistão", garantiu Aziz. Scheffer afirmou, por sua vez, que "ninguém está exercendo pressões", considerando que "fazer pressão é sempre um erro".

"Não vejo nenhum interesse na polêmica pública", prosseguiu o secretário-geral da Otan. Ele informou que "o objetivo da visita do primeiro-ministro paquistanês era manter um diálogo sincero e aberto".

A Otan comanda a Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança), formada por 33 mil soldados de 37 países cuja missão é ajudar o governo central de Cabul a impor sua autoridade, sobretudo no sul. A região é o local onde os ataques de talibãs utilizando o Paquistão como base se intensificaram desde meados do ano passado.