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Promotor explica à CPI do Banestado denúncias contra Maluf
Por Do Diário OnLine
15/08/2003 | 12:53
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O promotor de Justiça de São Paulo Silvio Marques explicou nesta sexta-feira, em audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, que as investigações sobre supostas remessas ilegais de dinheiro feitas pelo ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf. Os deputados e senadores membros da comissão investigam o envio ilegal de cerca de US$ 30 milhões para o exterior por meio das chamadas contas CC-5, usadas para brasileiros enviarem dinheiro para contas estrangeiras.

Segundo ele, há uma ação cautelar de seqüestro de bens impetrada contra Paulo Maluf, que será mantida devido as novas provas que foram apresentadas contra o ex-prefeito. Marques revelou que as autoridades brasileiras foram comunicadas, em junho de 2003, que a Justiça da Suíça tinha autorizado a remessa dos documentos sobre a movimentação financeira de Paulo Maluf, mas ele recorreu da decisão. Caso ele perca a ação, ainda poderá recorrer à Suprema Corte do país.

Em Jersey, na Grã-Bretanha, segundo o promotor, foi mantido o bloqueio do dinheiro e as autoridades de lá ainda vão decidir quanto à remessa dos documentos. Já nos Estados Unidos, as investigações começaram em abril de 2003 e uma conta do ex-prefeito já teve o sigilo bancário quebrado.

Ainda na França, segundo ele, houve o comunicado do depósito suspeito de US$ 1,6 milhão (cerca de R$ 4,8 milhões) no nome do ex-governador Paulo Maluf. Foi feito o bloqueio de parte do dinheiro e o que se sabe, segundo ele, é que parte desse dinheiro saiu de Genebra, de uma conta do filho e da mulher de Maluf.

Pitta — Marques revelou ainda que, conforme denúncias recebidas pelo Ministério Público, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta teria utilizado esquema de propinas semelhante ao que foi denunciado contra Paulo Maluf. Pitta teria recebido 15%. A propina também chegava por meio de assessores. Ele teria recebido propinas no período de 1999 a 2000.

Marques conta que a ex-mulher de Celso Pitta, Nicéia Camargo, revelou em depoimento que a propina era paga na sala de estar da casa deles. Segundo ela, o ex-prefeito e Naji Nahas eram sócios de uma empresa off-shore que aparece na investigação da Polícia Federal. O promotor de Justiça disse que já foi pedido o bloqueio do dinheiro depositado em nome de Celso Pitta, em Zurique e Nova York.




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