Política Titulo Mauá
A cada 25 dias, um secretário de Atila deixou o governo

Prefeito viu sua equipe registrar 11 baixas em
9 meses; apenas Sto.André não realizou trocas

Por Junior Carvalho
do Diário do Grande ABC
09/10/2017 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


A instabilidade marcou os nove primeiros meses do governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB). De janeiro a setembro, a gestão do socialista fez 11 mudanças no secretariado, o que equivale a uma saída a cada 25 dias, segundo levantamento do Diário.

Apesar de dominarem a lista, os casos de demissões na equipe de Atila não foram os únicos motivos pelas baixas – também ocorreram remanejamento de secretários de um setor para o outro e uma morte.

Em junho, então responsável por Esportes, Sandro Paccola (PR), morreu após permanecer quase um mês internado. Ele havia sido atingido de raspão por um tiro disparado pelo vizinho depois de uma discussão. A suspeita foi de que o autor dos disparos cobrava favores políticos.

A primeira queda no governo Atila ocorreu antes mesmo de a gestão iniciar. Anunciado como secretário de Segurança, Anderson Simões (PMDB) sequer assumiu o cargo. Além de sua indicação nunca ter sido consenso no núcleo duro do Paço, o fato de o peemedebista ter sido gerente em empresa de segurança que prestou serviços à Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) atrapalhou a nomeação. O receio era de que o vínculo poderia criar problemas jurídicos para o governo. Em seu lugar entrou Paulo Barthasar, então designado para comandar a Defesa Civil. Posteriormente, Simões foi compensado como superintendente da Hurbam (Habitação Popular e Urbanização de Mauá).

A maior turbulência no primeiro escalão ocorreu logo em janeiro, quando José Carlos Orosco Júnior (PMDB, Obras) e Camila Brandão Sarem (Assuntos Jurídicos) entregaram seus cargos por crise conjugal. O peemedebista foi acusado pela então mulher, a ex-deputada Vanessa Damo (hoje sem partido), de agressões física e psicológica.

Em março, uma decisão judicial tirou de vez o ex-prefeito interino Diniz Lopes (PSB) do secretariado. Anunciado como comandante da Hurbam, Diniz estava prestes a ser transferido para a chefia de Gabinete quando o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) manteve entendimento da primeira instância que o condenou por improbidade administrativa e à perda dos direitos políticos. À frente da Câmara e da Sama, Diniz criou cargos comissionados que deveriam ser preenchidos por servidores efetivos.

Indicado ao cargo pelo irmão, o vereador Severino do MSTU (Pros), Raimundo Cassiano de Assis deixou o comando da Habitação após o parlamentar ter virado alvo da Justiça Eleitoral acusado de compra de votos – condicionou a entrega de moradias ao apoio à sua candidatura.

O que ventila-se pelos corredores do Paço é que saídas também se deram porque alguns secretários não conseguiram acompanhar o ritmo de trabalho exigido por Atila e as cobranças frequentes do prefeito. “Para o governo ir bem, todas as secretarias precisam estar bem avaliadas. Não se passa de ano tendo um bom desempenho em apenas uma matéria, mas em todas. O secretário também é um agente político e tem que dividir o que prefeito sofre nas ruas”, ponderou o chefe do Executivo.

REGIÃO
Em Santo André, especulou-se a saída da secretária de Saúde, Ana Paula Peña Dias, mas ainda nenhuma troca se efetivou no governo Paulo Serra (PSDB). Foram quatro mudanças em São Bernardo; Diadema e São Caetano registraram três e Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra duas alterações cada uma. 




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