Ao menos 36 alunos, com idade entre 5 e 12 anos, do colégio particular Jatobá, localizado na Vila Alice, em Santo André, estão internados com sintomas de infecção intestinal. Destes, 22 estudantes estão no Hospital Brasil, na cidade, seis foram encaminhados para unidades da Rede D''Or, três estão no Hospital Christóvão da Gama, também em Santo André, três foram levados para hospitais da Capital, um para o Santa Helena, em São Bernardo, e uma das crianças para atendimento em São Caetano. Do total, quatro seguem internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com quadro de diarreia, dor abdominal, vômito, febre, desidratação e mal-estar. 

Segundo a advogada da escola, Ana Paula Carneiro da Costa, a unidade atende 400 crianças, do berçário ao Ensino Fundamental e possui quase 70 funcionários. “A proporção é pequena para afirmar que o problema foi no âmbito escolar. Claro que tem a coincidência, mas não tem como afirmar. Existe a possibilidade de ter vindo de fora e uma criança ter passada para outra”, considera. Em comunicado divulgado no site do colégio, a diretora Cecília Murzynowski diz que a infecção foi “ocasionada por uma bactéria muito agressiva”. O documento destaca ainda que a unidade de ensino está tomando todas as medidas cabíveis para evitar novas contaminações e que está à disposição dos pais para esclarecimentos.

Segundo Ana Paula, na segunda-feira, deve sair o resultado dos exames que poderão identificar qual bactéria causou o problema. “Contratamos uma empresa que virá amanhã (hoje) para fazer a desinfecção da escola, para tirar qualquer microorganismo que possa ter”, disse. Ela acrescenta ainda que a Vigilância Sanitária da cidade foi acionada e levou amostras de água e alimentos servidos entre os dias 17 e 20. Um infectologista também foi contratado para dar suporte.

O sobrinho da jornalista Gabriela Vieira Maria, 26, é o paciente com o quadro de saúde mais grave, mas “está evoluindo bem”, segundo ela. Caio, 8 anos, está no Hospital Brasil desde quarta-feira. “Ele passou por uma cirurgia por precaução, pois os médicos queriam olhar como está o intestino dele, se havia sido perfurado pela bactéria, mas só encontraram um líquido, que foi levado para análise. Ele está entubado na ventilação mínima e sedado”, conta Gabriela. “A família foi pega no susto pela grandiosidade e velocidade com que a coisa aconteceu, mas acreditamos que foi uma fatalidade. Agora temos que rezar”, concluiu. 

O filho de 4 anos da bancária Adriane Maciel, 33 anos, foi uma das crianças afetadas. Após exame, foi constatada a bactéria Escherichia coli, cuja presença indica contaminação da água ou dos alimentos por fezes. “Ele teve pouco contágio e somente estamos hidratando e medicando”, contou. “É uma excelente escola. Meu filho estuda lá desde o berçário e foi uma fatalidade isso ter acontecido”, completa.

O Diário foi até o local, que permanece fechado até o fim das análises. O Hospital Brasil informou não ter autorização para falar sobre o estado de saúde dos pacientes. A Prefeitura disse que não há qualquer notificação de ocorrência de caso semelhante fora da instituição particular.