Automóveis Titulo Antigo
À espera da sonhada placa preta!
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
25/11/2009 | 07:00
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A Variant II, definitivamente, não figura entre os sucessos de vendas da Volkswagen no Brasil. Poucos, inclusive, lembram que ela existiu. Ela é confundida com a Brasília - e devemos admitir: os dois modelos têm muito em comum. No entanto, para um seleto grupo de admiradores de carros antigos, a Variant II - chamada de forma pejorativa de Sapatão - é motivo de orgulho. Álvaro Muraro Júnior, morador de São Bernardo, que o diga...

Agente de segurança da Polícia Civil, Muraro possui uma joia rara: uma Variant II 1980 impecável. Em perfeito estado de conservação e que nunca passou por processos de restauração, por mais simples que fossem. "Ela nunca foi batida", orgulha-se Muraro.

A paixão pela Variant II teve início há 29 anos, quando Alberto Ferrante, seu tio, tirou o veículo zerinho zerinho da Concessionária Sodecar, localizada então no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. Muraro, naquele tempo já morador do Grande ABC, montava na bicicleta e pedalava até o Ipiranga para ajudar o tio a cuidar do carro. "Lembro que viajávamos para Lençóis Paulista (SP) e eu e meus primos dormíamos na tampa do motor".

Após o falecimento de Alberto Ferrante, Muraro naturalmente deu continuidade à saga da Variant II. "Em 2000, comprei o carro da minha tia por apenas R$ 3.000", exalta o agente, que teve como primeiro carro um Fusca 1981 comprado da mãe e que, hoje, guarda na garagem um Fusca Itamar 1996.

O desejo de comprar a Variant II, segundo ele, passou pela fidelidade da família à marca Volkswagen. "Meu pai teve Zé do Caixão, TL, Variant I e II, Karmann Ghia e Kombi", explica. "Nunca entrou carro de outra marca aqui nessa garagem", completa.

CUIDADOS - Curiosos em conhecer o rodar da Variant II, pulamos para dentro do Volks e saímos pelas ruas de São Bernardo, próximas à residência de Muraro. Logo de cara a primeira surpresa positiva: nada de choradeira para dar ignição. Bastou bater na chave para o modelo ganhar vida! "Tomo cuidado apenas com a manutenção. Troco o óleo a cada 2.500 quilômetros - coloco óleo de primeira - e abasteço só com gasolina podium", diz. "Gasolina comum só na mão do meu tio", completa orgulhoso.

O acabamento interno impressiona. A forração do teto não tem manchas ou pequenos furos. Rasgos nem pensar. O revestimento dos bancos e dos painéis da portas estão em estado de novo. Os adesivos originais permanecem colados nos vidros. Alguns já estão envelhecidos, mas continuam firmes e fortes.

O barulho do motor 1.700 traseiro a ar é linear. Em marcha lenta, o comportamento é fantástico. Nada de trancos e ameaças de morrer. Os engates das marchas são precisos e a direção, pasmem, é hidráulica. A Variant II, às vésperas de completar 30 anos, parece estar no melhor da sua forma.

Quando chegou ao mercado, em 1978, a Variant II tinha a missão de bater na Belina II e na Caravan. Mas a batalha durou pouco; saiu de linha em 1982 para dar lugar à Parati.

PLACA PRETA - Muraro tem um sonho: conquistar a placa preta. Para isso, o carro precisa completar três décadas de existência, o que acontecerá exatamente em 2010. "Logo em janeiro vou dar entrada", empolga-se o proprietário, que, apaixonado por carros antigos, já pensa na próxima aquisição: uma Volkswagen Kombi Jarrinha - modelo da década de 1970.




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