Entre passagens aéreas, hospedagens, locações de automóveis e um número imenso de diversas atividades relacionadas, as viagens corporativas movimentaram R$ 30,9 bilhões no ano passado, o que representa 59,4% de todo o turismo no País. O faturamento do setor foi de R$ 16,35 bilhões, crescimento foi de 3,9% em comparação com 2006. Para 2008, a expectativa é que o aumento seja de 5,69%, o que significa receita de R$ 17,28 bilhões.

Um estudo da Abgev (Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas), divulgado durante a abertura da terceira edição do Lactte 2008 (Encontro Latino Americano de Viagens Corporativas), também mostra que o aumento das viagens corporativas puxou o setor de transporte aéreo. A oferta de vôos aumentou 13,15% em 2007 na comparação com o ano anterior e a demanda saltou 6,34% na mesma comparação.

Para o presidente do Favecc (Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais), Mauro Schwartzmann, o crescimento poderia ter sido maior se o ano passado não fosse marcado pela crise aérea e o governo entendesse melhor o segmento de viagens corporativas. “O setor teve um crescimento pífio de 1,8% na comparação com 2006 – poderia ser maior. Uma coisa é certa: estamos 30 anos atrasados em investimentos aeroportuários e o setor está mobilizado em reuniões constantes com o governo. Mas o que acontece é que eles não entendem o assunto”, lamenta Schwartzmann.

A estimativa do professor da USP que coordenou o estudo. Hildemar Brasil, é que o setor de transporte aéreo tenha perdido aproximadamente 4,5% em receita no ano passado. Em 2007, a representatividade do transporte aéreo foi de 52,5% do faturamento no segmento – menor que em 2006, quando foi de 59,43%. “Com o caos aéreo, quem pode adiar viagens, adia. Mas o executivo não pode fazer isso e acaba prejudicado”, afirma.

TRABALHO

Para os especialistas, a falta de investimento no setor também deixa para trás uma grande oportunidade de criar mais empregos. Em 2007 o setor de viagens corporativas gerou 220.961 vagas diretas, número 2,38% maior que em 2006. Também foram criados 247.476 postos indiretos neste mesmo período.

“Para gerar recursos e mais empregos no setor é preciso que o governo entenda que 60% da fatia do Turismo é representado pelas viagens de negócios. Este mercado tem se consolidado ano a ano”, explica a presidente da Abgev, Viviânne Martins.