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Investidor faz contas para identificar melhor aplicação

Taxa de administração dos fundos segue como a maior vilã da rentabilidade

Erica Martin
07/05/2012 | 06:17
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Com as mudanças na tributação da poupança, anunciadas pelo governo federal na quinta-feira, os rendimentos conseguidos com os fundos de investimento e a caderneta de poupança estão mais parecidos. "Mas será indispensável que os administradores dos fundos (bancos ou corretoras) repensem a redução da taxa de administração ou dos tributos para que a mudança tenha realmente sentido", comentou a advogada da Proteste (Associação dos Consumidores) Verônica Tostes.

De acordo com a especialista, se a taxa básica de juros, a Selic, chegar a 8,5% ao ano (como o mercado prevê que aconteça na próxima reunião do Banco Central) e se o tempo da aplicação for de até seis meses, apenas os fundos de investimentos que cobram dos seus clientes taxas de administração igual ou menor a 1% serão mais vantajosos que a poupança. Caso contrário, a orientação é migrar o montante para a poupança, mesmo diante do pagamento maior da alíquota de Imposto de Renda, que é de 22,5%, para quem resgata o dinheiro em até seis meses.

Verônica diz que se o prazo de aplicação for superior a dois anos, o fundo poderá ser opção mais rentável em relação à caderneta, porém a taxa de administração não pode ultrapassar 1,5% ao ano. Por outro lado, a especialista alerta que os investidores que estão com o dinheiro aplicado há menos de 30 dias em fundos não deverão sacar os recursos. "Por conta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiros), que é bem salgado", comentou. Atualmente a poupança rende 6,17% ao ano mais TR (Taxa Referencial), este valor é fixado em lei. Os fundos, ao contrário, acompanham a performance da Selic. Mas desde o dia 4 todo o dinheiro depositado na caderneta será remunerada com base em 70% da Selic somada à TR, mas a mudança só acontecerá se os juros atingirem patamar igual ou menor a 8,5% ao ano. Hoje a Selic está fixada em 9% ao ano.

Ao considerar que a taxa atinja 8% ao ano, por exemplo, o rendimento da poupança cairá de 6,17% ao ano para 5,6%, em razão das mudanças do governo, o que propicia equilíbrio maior entre as aplicações. "Mas o investidor não pode esquecer que a intenção do fundo de renda fixa é preservar seu patrimônio e garantir retorno acima da inflação, o foco não é a rentabilidade", comentou a planejadora financeira pessoal Cristiana Dias Baptista.

MENOS TAXAS - A Caixa Econômica Federal e o BB (Banco do Brasil) são os únicos bancos que demonstraram intenção de amenizar o peso das taxas de administração. A Caixa anunciou, no dia 20, que as taxas de gestão dos fundos Caixa Azulfic rf Longo Prazo serão reduzidas de 3% ao ano para 1,5%, e do Caixa Fic Clássico RF Longo Prazo, de 1,85% ao ano para 1,4%.A instituição também diminuiu a aplicação inicial do investimento de R$ 1.000 para R$ 100.

O BB também estuda modificar o valor inicial para aplicar nos fundos. Na prática, quem tem menos recursos poderá optar por produto com taxa de administração menor - hoje os bancos cobram taxas maiores dos clientes que têm menos dinheiro para aportar. O BB informou, que divulgará novidades sobre o produto ainda nesta semana.

O professor de Finanças da da FGV (Fundação Getulio Vargas) Fábio Gallo diz que o momento é para fazer contas. "Quanto mais alta for a taxa de administração e o IR dos fundos, maiores são as chances de perder dinheiro em relação à poupança."

Portanto, Gallo orienta o investidor questionar qual é taxa de gestão atual que ele está pagando e verificar quais são os ativos que compõe o fundo, como por exemplo, quais empresas são detentoras dos papéis que estão inseridos na carteira do investimento. A Anbima (Associação Brasileira das Entidades de Mercado Financeiro e Capitais) disponibiliza em seu site (www.comoinvestir.com.br) ferramenta para o investidor comparar, por exemplo, rentabilidade, patrimônio líquido e taxa de administração dos fundos.




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