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Faturamento das indústrias de máquinas vem em ascensão
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
25/03/2010 | 07:00
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A retomada dos investimentos das empresas, devido à melhora da economia brasileira, impulsionou o faturamento da indústria nacional de máquinas e equipamentos.

Em fevereiro, as vendas reais (descontando a inflação) do setor cresceram 11,5% em relação a janeiro, somando R$ 5,29 bilhões, segundo estudo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). E no primeiro bimestre, frente ao mesmo período do ano passado, o incremento foi de 21,6%.

Os números são favoráveis, mas o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, ressalta que a base de comparação é fraca, já que o início de 2009 - quando o País sentia o forte impacto da crise global - foi muito ruim. Ele destaca que, neste início de ano frente aos dois primeiros meses de 2008, o faturamento é 14% menor.

Apesar da ressalva, o dirigente afirma que há motivos para otimismo. Isso porque a carteira de pedidos aumentou 25% no bimestre inicial de 2010. "Os pedidos que estão entrando vão começar a impactar no faturamento em 90 dias a um ano", diz Aubert Neto. Ele cita ainda que o aumento das encomendas colabora para a melhora gradual do emprego (são hoje 238,5 mil trabalhadores na atividade), que já está no mesmo patamar de março de 2008.

FINANCIAMENTO - As vendas do segmento estão melhores que em 2009 não apenas em função da base fraca de comparação, mas também devido ao PSI (Programa de Sustentação do Investimento) do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Esse programa de financiamento, que vale apenas até 30 de junho, oferece juros reduzidos (4,5% ao ano) para a compra de máquinas nacionais.

Esse é um dos fatores que colaboram para o impulso nas vendas da DM Robótica, de Diadema. "Quando apresentamos a possibilidade dos juros reduzido, o cliente que ia comprar uma máquina compra duas ou três, antecipando ou desengavetando projetos", cita o diretor comercial, José Luiz Galvão Gomes.

Ele acrescenta que, depois do fundo do poço, no início do ano passado, quando houve cancelamento de pedidos e pouca procura, a empresa agora já volta aos níveis de 2008.

A Abimaq tenta convencer o governo federal a ampliar a duração do PSI. Para Aubert Neto, se isso ocorrer e se os juros básicos (a Selic) não subirem, será possível crescer de 15% a 20% neste ano.

Além dos juros, outros pontos de preocupação são o câmbio e os altos tributos, que prejudicam as exportações e a disputa com os importados no mercado doméstico. Enquanto as vendas ao Exterior caíram 19% no bimestre frente a igual período de 2009, as importações cresceram 1,2%, com destaque para a invasão chinesa. As aquisições desse país somam US$ 402 milhões (alta de 53%), que já colocam a China em terceiro no ranking das principais origens das máquinas importadas.




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