Os ministros da Defesa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) confirmaram nesta quinta-feira a expansão de sua principal missão no Afeganistão, durante uma reunião na cidade francesa de Nice (sul).

Em um jantar de quarta-feira para quinta-feira, os ministros dos 26 países da Aliança esperam conseguir a aprovação da ampliação da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança), dirigida pela Otan e composta por 8,3 mil soldados de cerca de 30 países.

Depois de uma primeira fase de expansão a partir da capital, Cabul, em direção ao norte do país, a Aliança prepara seu deslocamento em direção ao oeste com a instalação de quatro equipes civis e militares de reconstrução das províncias (PRT) em Herat, Farah, Chaghcharan e Kal-i-Naw, duas das quais continuam sob comando americano.

A Espanha, Itália e Lituânia ficarão encarregadas destas novas equipes de reconstrução, segundo fontes diplomáticas. A Otan espera assim aumentar a segurança no país e frear as milícias locais diante das próximas eleições parlamentares, que serão realizadas em princípio no final de maio, ainda poderia se atrasar.

Ao longo prazo, a Otan pretende expandir a Isaf ao sul e leste do país, enquanto que os Estados Unidos quer integrar esta força com seus efetivos no país, que realizam a operação Liberdade Duradoura de Luta contra o terrorismo da rede Al Qaeda e os talibãs, ainda que a França e a Alemanha sejam contra.

O secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, pedirá a seus pares da organização transatlântica em Nice, que aumentem suas tropas e sua assistência no Afeganistão ficando encarregada de mais equipes de reconstrução.

Também pedirá mais apoio no Iraque, onde a Otan coloca em andamento uma missão de treinamento de militares, principalmente a França, Alemanha e Espanha, que não querem participar.

"Creio que, depois do sucesso das eleições (30 de janeiro), deve haver mais entusiasmo entre os países inicialmente contrários à guerra para se comprometer mais. Estamos em uma nova fase", declarou Rumsfeld antes de viajar a França.

A missão contaria com cerca de 300 homens, que participaria na formação das forças iraquianas. Enquanto, a Otan poderia estudar um papel maior no Iraque se o pedissem as autoridades deste país, segundo o secretário-geral da Aliança, Jaap de Hoop Scheffer.

Esta reunião informal acontece depois do encontro dos ministros da Otan nesta quarta-feira de manhã em Bruxelas, sede da organização, por ocasião da visita da nova secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, para preparar a cúpula entre o presidente George W. Bush e os outros dirigentes da Aliança no dia 22 de fevereiro.

A reunião será presidida pela ministra francesa, Michèle Alliot-Marie, cujo país receberá pela primeira vez uma reunião da Otan desde que abandonou a estrutura militar da Aliança em 1966.