Em 6 de novembro do ano passado, o Museu Barão de Mauá completou 20 anos de atividades e iniciou as comemorações com uma ótima mostra de gravuras do artista plástico cearense Aldemir Martins. A festa continua com outra boa exposição que fica em cartaz com entrada franca até 28 de março. Batizada como '...em 1982', traça um panorama dos fatos que marcaram o ano de inauguração do museu, reservando espaço tanto para os acontecimentos regionais quanto para os nacionais e internacionais.

São painéis temáticos que tratam de diversos assuntos: cinema, moda, música, propaganda, televisão, tecnologia, automóveis, esportes e política. Neles são exibidos documentos, fotografias, reproduções fotográficas e páginas de revistas, entre outros itens.

O visitante é convidado a voltar no tempo logo ao entrar na centenária casa na qual a instituição está instalada. Canções dos anos 80 compõem a música ambiente. A música também é abordada por meio da exposição de capas de discos da época, entre as quais figuram trabalhos de Elis Regina (morta naquele ano), Jessé e Michael Jackson (este, representado por Thriller, LP do tempo em que o cantor pop ainda exibia seu tom de pele natural).

Na parte sobre cinema estão por exemplo imagens do longa-metragem Ghandi (1982), de Richard Attenborough, vencedor de oito Oscar, entre os quais os de melhor filme e diretor. A atriz Katharine Hepburn, estrela de Num Lago Dourado (1981), de Mark Rydell, foi premiada com o Oscar de melhor atriz em 1982.

Às quintas, sextas e sábados, às 14h, o visitante pode assistir uma seleção de filmes daquele ano em vídeo. Estão na programação Ghandi, Blade Runner – O Caçador de Andróides, E.T. – O Extraterrestre e Os Saltimbancos Trapalhões. O longa Nasce Uma Estrela, de 1976, também será apresentado. No dia da abertura do museu, era o filme em cartaz no Symaflor – a única sala de cinema em Mauá à época.

Um painel trata exclusivamente da cidade de Mauá e conta, por exemplo, com o convite para a inauguração do museu e um recorte da reportagem publicada pelo Diário registrando a abertura. Outro painel traz imagens dos carrões da época, como Voyage, Monza e Del Rey.

Uma redoma exibe o valor de Cr$ 23.568,00, correspondente ao salário mínimo em novembro de 1982. Dentro dela, além de itens que tratam do tema economia doméstica. Para juntar o valor em tempos de inflação galopante eram utilizados exemplares das famosas cédulas de Cr$ 1 mil, conhecidas como “barão” por trazerem a efígie careca e bigoduda do Barão do Rio Branco.

Merece destaque o trabalho desenvolvido pela equipe do Museu Barão de Mauá, que realizou uma abrangente pesquisa para a elaboração de '...em 1982', exposição que teve diversos colaboradores.

“Contamos com vários apoios para realizar a mostra, tanto de pessoas como de instituições. Por exemplo, as fitas com músicas dos anos 80 que formam a trilha sonora foram gravadas no Centro Cultural São Paulo. O Diário nos cedeu fotografias originais”, afirma a diretora do museu, Silvia Ahlers.